tráfico de drogas

Operação da PF prende 2 homens e 1 mulher

De acordo com a PF, no estado de São Paulo concentra a maior parte dos mandados, sendo 22 de prisão e 60 de busca e apreensão

Alenita Ramirez
18/08/2020 às 12:02.
Atualizado em 28/03/2022 às 18:48
Polícia Federal deflagra Operação Brix Zero (Wagner Souza/AAN)

Polícia Federal deflagra Operação Brix Zero (Wagner Souza/AAN)

Dois homens e uma mulher foram presos na manhã desta terça-feira (18), em Campinas, durante uma megaoperação contra o tráfico internacional de drogas, deflagrada pela Polícia Federal do Pernambuco, em 13 estados e no Distrito Federal. São cumpridos 139 mandados de busca e apreensão e 50 mandados de prisão (20 prisões preventivas e 30 prisões temporárias). Em Campinas, no total, são 12 mandados de prisão, busca e apreensão. Um Jeep e diversos materiais, entre documentos e equipamentos foram apreendidos. Os nomes, funções e a ligação dos suspeitos com o crime ainda não foram informados. Todos estão sendo levados para a sede da PF no bairro Botafogo. A operação, batizada de Além-Mar, ainda está em andamento. De acordo com a PF, no estado de São Paulo concentra a maior parte dos mandados, sendo 22 de prisão e 60 de busca e apreensão. Foi determinado pela Justiça Federal o sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis, entre imóveis urbanos e rurais (fazendas) ligados aos investigados e ao esquema criminoso. A PF calcula que o patrimônio tenha valor de cerca de R$100 milhões.   As investigações tiveram início em 2018 a partir de informações que chegaram para a Coordenação Geral de Prevenção e Repressão ao Tráfico de Drogas (CGPRE), da Polícia Federal pela National Crime Agency (NCA), como resultado de parceria estabelecida para reprimir o tráfico de cocaína destinada à Europa. Foi constatado que a organização criminosa era formada por quatro células que atuam em conexão e viabilizam o esquema de tráfico internacional de drogas. O esquema tem como modus operandi a internação da cocaína pela fronteira com o Paraguai e armazenamento no interior de São Paulo; o transporte interno da droga para as regiões de embarque marítimo e armazenamento em galpões; e por fim o transporte internacional mediante embarque da droga em navios de carga (contaminação de containers) ou veleiros. Não foi informado a quantidade de drogas exportadas para a Europa. Na pirâmide do esquema criminoso, a maior organização está estabelecida na Capital Paulista e ela seria responsável pela retirada da cocaína na fronteira com o Paraguai e transporte via aérea até o estado de São Paulo, onde ocorre a distribuição no atacado para organizações criminosas estabelecidas no Brasil e na Europa. Na segunda escala, a outra célula está estabelecida em Campinas, que atua em parceria com a da Capital. Neste caso, pelo esquema, ela recebe a cocaína que já está em solo brasileiro para distribuição interna e exportação para Cabo Verde, que fica costa noroeste da África e Europa. A terceira, estabelecida em Recife, no Pernambuco, seria integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão que fazem a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos containers, para serem levadas para fora do Brasil. Por último, um núcleo existente na região do Braz, em São Paulo, que atua como banco paralelo, o qual disponibiliza sua rede de contas bancárias (titularizadas por empresas fantasmas, de fachada ou em nome de “laranjas”) para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, mediante controle de crédito e débito, que operam com espécie e TEDs, inclusive com compensação de movimentação no exterior (dólar-cabo). Ao longo da investigação, foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso. Dentre os presos, consta o traficante Romildo Queiroz Hosi, que estava foragido da justiça brasileira e procurado pela PF e National Crime Agency (NCA), do Reino Unido, havia 10 anos.

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