paço municipal

ONG protesta contra as emissões de poluentes

A ONG Minha Campinas pressiona a Emdec a zerar as emissões de poluentes dos ônibus do transporte público da cidade

Francisco Lima Neto
13/03/2019 às 09:08.
Atualizado em 04/04/2022 às 22:50

A ONG Minha Campinas pressiona a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) a zerar as emissões de poluentes dos ônibus do transporte público da cidade. Segundo dados da ONG, nada menos que 350 pessoas morrem todos os anos em Campinas em decorrência da aspiração de material particulado suspenso no ar. O número corresponde a quase um óbito por dia. A maior fonte desse poluente é a queima de combustíveis fósseis como o diesel, principal combustível de caminhões e da frota de 1,2 mil ônibus que fazem parte do transporte público da cidade. A ONG, formada por profissionais liberais, realiza hoje, às 8h, uma ação educativa em frente à Prefeitura. Ela visa ressaltar o papel e a responsabilidade do poder público para reverter esse cenário, já que a cidade está prestes a abrir licitação para o transporte público municipal sem incluir um cronograma para zerar as emissões da frota, como foi feito em São Paulo e Santo André, por exemplo. Durante a manifestação, 350 máscaras de ar serão colocadas na frente do Paço Municipal, representando as mortes causadas pela poluição na cidade. Às 9h, haverá a entrega de um documento com recomendações prévias à licitação de ônibus. O documento é destinado ao prefeito e ao Secretário de Mobilidade. Em audiência pública realizada na Câmara de Vereadores, em 21 de março do ano passado, o Secretário de Transportes Carlos José Barreiro apresentou sua proposta para a próxima licitação de ônibus municipais da cidade. Ela prevê a criação do conceito Área Branca, uma área de aproximadamente 3 km² no Centro, onde vão circular somente ônibus não poluentes. Além disso, seria criada a Rede Estrutural, ligando os eixos de transporte com a Área Branca, utilizando veículos não poluidores. No entanto, a ONG aponta que a medida não é efetiva. "Ocorre que essa área é insuficiente para a Prefeitura evitar mortes por conta da poluição. A licitação precisa prever um cronograma claro e convincente de zerar as emissões de toda a frota, que hoje conta com aproximadamente 1,2 mil ônibus", ressalta a ONG. A ONG quer que o plano seja discutido com a população agora, já que a Administração prevê um contrato de concessão de 15 anos. "Até 2034 é possível zerar as emissões de material particulado pelos escapamentos dos ônibus. Para isso, a Prefeitura precisa definir um cronograma de redução de poluentes na licitação de ônibus, como já acontece em São Paulo e em Santo André”, afirma. Emdec A Emdec informou, via assessoria de imprensa, que o atual sistema passará por uma grande transformação para atender às novas demandas que surgem com a expansão da cidade, incluindo o uso da energia limpa. "No Plano Diretor Estratégico, foi incluído o conceito de Desenvolvimento Orientado pelo Transporte Público Sustentável (DOTS). A licitação para a nova concessão do transporte público tem três objetivos básicos principais: criar uma nova rede de transporte; atualizar a rede, com o atendimento de novas demandas; e requalificar a operação e os veículos", informou. Ainda segundo a autarquia, o uso de veículos movidos com energia limpa também faz parte do novo sistema que será criado. O município será dividido em seis áreas operacionais, visando melhor distribuição das linhas do transporte público. Também será criada uma sétima área na região central, chamada de “Área Branca”, que terá somente a circulação de veículos do transporte coletivo movidos por energia limpa (ônibus elétricos ou híbridos). A “Área Branca” será na região central, com aproximadamente 3 km² e perímetro de 7 km. Segundo a Emdec, tanto a reestruturação do sistema de transporte público oriunda da nova licitação quanto a implantação dos Corredores BRT são passos importantes para a efetiva construção de uma Mobilidade Urbana Sustentável no município. A autarquia lembrou ainda que a cidade já conta com 13 ônibus elétricos em operação e três táxis elétricos em circulação. A cidade tem também quase 27km de ciclovias. A Administração assinou, no ano passado, acordo de cooperação técnica para a criação de um modelo de Mobilidade Elétrica no sistema de transporte público coletivo. O convênio envolve a Emdec; a empresa chinesa especializada em energia limpa Build Your Dreams (BYD), que, entre outras atividades, é fabricante de veículos elétricos; e a CPFL. Os resultados do trabalho serão utilizados pela Emdec na futura “Área Branca” e no BRT.

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