PLANTANDO SEMENTINHAS

ONG oferece atividades lúdicas para crianças do Gleba B

Mais de 100 menores participam do projeto Escola Bíblica de Férias (EBF)

Israel Moreira/ [email protected]
20/07/2023 às 09:23.
Atualizado em 20/07/2023 às 09:23
Brincadeiras ocupam o tempo e atenção das crianças nas férias de julho; pais e mães também participam (Kamá Ribeiro)

Brincadeiras ocupam o tempo e atenção das crianças nas férias de julho; pais e mães também participam (Kamá Ribeiro)

Muitos pais, e seus filhos, aproveitam as férias escolares de julho para o devido e merecido descanso, e, às vezes, é hora de colocar em prática aquela viagem programada em família. No entanto, no bairro Gleba B, região do Parque Oziel, na periferia de Campinas, o mês de julho é momento de solidariedade e de desenvolver a criatividade por meio de atividades lúdicas e diversificadas.

O projeto Escola Bíblica de Férias (EBF), promovido pela organização não governamental (ONG) Plantando Sementinhas, oferece, gratuitamente, aulas de música, recreação, gincanas, atividades pedagógicas, refeição e compreensão dos textos da bíblia para cerca de 120 crianças.

Com a participação de 30 voluntários, as atividades são realizadas todos os sábados e em alguns dias da semana, como na quarta-feira (19).

Para os pais, ter um espaço gratuito para os filhos ficarem, com alimentação e atividades que os mantêm fora das ruas, é fundamental, mas não são apenas as crianças que frequentam a instituição. São cerca de 50 pais participantes das atividades que acontecem aos sábados – e eles atestam a necessidade de mais espaços semelhantes.

Moradora da Gleba B, Adriana Amaro, 48 anos, afirma o quanto é importante o acolhimento, as doações e todo o auxílio que a “Plantando Sementinhas” oferecem a todos os moradores.

“A minha filha frequentou a instituição por muito tempo. Hoje ela é mãe e o meu neto também faz parte do projeto. Eu estou todos os sábados aqui, com muita gratidão por todos os voluntários.”

O morador Marco Antônio Rodrigues dos Santos, que tem duas filhas participando do projeto, salienta que são esses trabalhos que impedem que crianças e jovens permaneçam nas ruas com propósitos que não sejam o caminho do bem.

Desde os 4 anos, Murilo Rafael da Silva, hoje com 11, frequenta os projetos oferecidos pela ONG. Como toda criança nessa idade, as brincadeiras e atividades coletivas ocupam a atenção e o tempo do menino. “As brincadeiras são divertidas e a maioria das crianças participa. Depois tem os lanches, que são muito bons”, se alegra Murilo.

O despachante aduaneiro, Rodrigo Moraes, voluntário na “Plantando Sementinhas” há 5 anos, confessa que o sonho de todos os colaboradores é transformar o projeto para que ele tenha atividades presenciais todos os dias.

“É o sonho de todos que trabalham aqui, que um dia as atividades estejam disponíveis para todas as crianças, todos os dias da semana e em dois horários no contraturno.” 

Rodrigo ratifica que o bem produzido no projeto auxilia a integração familiar.

“Eu cheguei por volta de 2017 em uma ação de Páscoa. De lá para cá, nós vimos os pais, filhos e netos participarem ativamente das ações, e minha família pôde vivenciar todo amor ao próximo que aqui é oferecido.”

O presidente da instituição, Marcio Cutri, destaca que o trabalho de todos os voluntários está alicerçado em alguns pilares principais, como educação, trabalho psicológico e emocional, constituição do bem-estar por meio das atividades físicas e a plenitude espiritual.

“Nós temos um trabalho importante nesta região, que é o combate à insegurança alimentar. O tempo que estamos aqui presentes foi o suficiente para entender que é necessário mais que uma doação de cesta básica. As pessoas carecem de informação, de lazer e espiritualidade”, completa Marcio.

A organização “Plantando Sementinhas” está presente no mesmo local desde 2004. Na época, ocupava um espaço cedido pela Igreja Batista do bairro. Em 2017, a Sementinhas se tornou independente e constituída socialmente. Márcio afirma que mesmo que a instituição tenha origem e siga os preceitos evangélicos, ela é acolhedora e respeita a crença individual de cada um.

“Independentemente da religião que os pais ou as crianças possuem, ou mesmo aqueles que não têm religião, todos são acolhidos e recebidos com muito amor por todos os voluntários.”

A região, que já foi a maior ocupação urbana da América Latina, conta hoje com infraestrutura básica e está em um processo avançado de regularização. Formada pelos bairros Parque Oziel, Monte Cristo e Gleba B, a área abriga mais de 30 mil moradias e tem cerca de 100 mil habitantes.

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