Ofertas de véspera lotam o comércio

Quem deixou para comprar os tradicionais ovos de chocolate na véspera do Domingo de Páscoa se deu bem este ano. Grandes ofertas fizeram os consumidores lotarem as lojas do Centro de Campinas neste sábado (31), região com fluxo de 300 mil pessoas em dias que antecedem datas comemorativas, segundo a Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), que prevê também um aumento de 2% nas vendas da Páscoa e faturamento de R$ 518 milhões em 2018.  O índice indica uma suave recuperação da economia, já que a variação percentual é maior do que o 1,5% de crescimento que a Páscoa do ano passado teve em relação a 2016. Para o economista Laerte Martins, com as promoções, o movimento deve superar o esperado. “Essa é uma tendência e uma estratégia que é feita todo ano, principalmente se o comércio possui um grande estoque. Portanto, diante dessas oportunidades, é possível que os 2% sejam sim superados”, defende. Ainda segundo a Acic, a expectativa de faturamento com as vendas de ovos de chocolates, peixes e bacalhau durante a Páscoa deste ano é R$ 11 milhões maior do que em 2017, quando as vendas somaram R$ 507 milhões. Já em Campinas, a previsão de arrecadação é de R$ 262 milhões, 1,95% maior do que o registrado no ano passado (R$ 257 milhões). O economista apontou ainda que a alta nas vendas deste ano é esperada, principalmente pela retomada das compras a prazo, com juros mais baixos do que os que vigoravam no ano passado. Mas ele alerta para que os consumidores tenham cautela na hora de fazer o parcelamento das compras, para que não se endividem novamente. “Mesmo com uma considerável queda de juros, ainda é arriscado o financiamento, ainda mais de alimentos. O risco é de o cidadão aumentar o seu endividamento, já que existe o hábito de parcelar as compras neste período em quatro ou cinco vezes. Ao não conseguir cumprir com os compromissos, ele acaba se tornando inadimplente para o comércio”, disse. Os dados da Acic ainda apontam que a variação do preço das mercadorias na Páscoa deve ficar em torno de 6%, com 3% acima da inflação. “Se a variação de preço passar muito do valor da inflação, o comércio não vai vender e as mercadorias vão ficar paradas”, disse o economista. Laerte Martins lembra ainda das promoções que devem acontecer depois da Páscoa. “Todos esses eventos têm uma sequência. É claro que nem todo mundo pode esperar a segunda-feira, já que existe uma expectativa, principalmente das crianças, de receber os chocolates. Mas não apenas os Ovos de Páscoa, mas também o bacalhau e todos os ingredientes tradicionais que fazem parte deste período devem sofrer grande queda após as comemorações. É preciso ficar atento para aproveitar, mas com bom-senso também”, avalia.