NA UNICAMP

Ocupação para institutos e bloqueia Ciclo Básico

Mobilização cresceu nesta quinta com a paralisação de ao menos cinco institutos e o fechamento do Ciclo Básico. O acesso ao prédio foi bloqueado com barricadas

Inaê Miranda
12/05/2016 às 20:27.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:33
Estudantes se reúnem no Ciclo Básico para discutir as pautas da ocupação (Patricia Domingos/Especial para AAN)

Estudantes se reúnem no Ciclo Básico para discutir as pautas da ocupação (Patricia Domingos/Especial para AAN)

Estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mantêm o prédio da reitoria ocupado e o movimento, iniciado na quarta-feira, cresceu nesta quinta-feira (12) com a paralisação de ao menos cinco institutos e o fechamento do Ciclo Básico. O acesso ao prédio foi bloqueado com barricadas e algumas provas foram suspensas. Os estudantes discutem os rumos da ocupação em assembleia marcada para as 12h desta sexta-feira (13). Na próxima segunda-feira, funcionários e professores prometem uma paralisação, em razão das negociações da campanha salarial. Segundo a Unicamp, a Segunda Vara da Fazenda Pública de Campinas expediu na quarta um mandado de reintegração de posse do prédio ocupado pelos manifestantes. Não há informações sobre um possível cumprimento da decisão judicial. O prédio da reitoria está ocupado desde a noite de terça-feira, quando, em assembleia, cerca de mil alunos decretaram uma greve geral. A ação é um protesto contra o pacote de cortes de despesas da universidade e também contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Eles cobram ainda a ampliação da moradia estudantil. “Entendemos que o corte é uma medida preparatória para um projeto maior de precarização, privatização e desmonte da universidade pública, imposto pelo governo do Estado, conciliado com as reitorias e a mais alta burocracia das estaduais paulistas”, afirma o movimento em nota publicada na página do Facebook “Ocupa tudo Unicamp 2016”. O movimento começou com adesão dos institutos de Artes, de Filosofia e Ciências Humanas e de Educação. Nesta quinta, paralisaram os estudantes de física, matemática, arquitetura, engenharia química e biologia. “Queremos parar de ser isentos do debate e discutir o que está acontecendo na universidade e no Brasil”, disse uma aluna de física, que preferiu não se identificar. No período da tarde, os estudantes de exatas fizeram uma roda de conversa no Ciclo Básico para discutir as pautas da ocupação e a “criminalização dos movimentos estudantis”. No local foi montada uma barricada com caixas de madeira. “A ocupação continua bastante agitada, com bastante gente. Nesta quinta, conseguimos mais uma visibilidade dentro do campus. Conseguimos paralisar a área das exatas. O acesso foi impedido. Várias aulas que aconteceriam com muitos alunos e a realização de provas não ocorreram”, afirmou a representante da comissão de comunicação da ocupação. Segundo ela, o movimento segue até que as reivindicações sejam atendidas. STU O Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) fez um ato na manhã desta quinta em apoio aos estudantes. Segundo a diretora Margarida Barbosa, os jovens mobilizados defendem as mesmas pautas dos trabalhadores, com exceção da pauta salarial. “Já houve um compromisso com a reitoria em relação a essas pautas e nada foi feito”, disse. Na segunda-feira, os funcionários e professores fazem uma paralisação, durante reunião de negociações de campanha salarial do Fórum das Seis com o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). Neste dia também acontecerá um ato em defesa da educação pública do Estado. Universidade diz que está aberta ao diálogo Depois de emitir uma nota, na quarta, dizendo que foi surpreendida com a ocupação de suas instalações, e que desconhecia o motivo do ato, a Unicamp informou nesta quinta que mantém-se aberta ao diálogo e aguarda o contato de um interlocutor dos manifestantes para apresentação de sua pauta de reivindicações, a fim de que o caso seja abordado de maneira pacífica, na busca de soluções adequadas à comunidade universitária. Em nota divulgada anteontem, a Unicamp informou que as medidas anunciadas para contenção de despesas “representam uma atitude de responsabilidade e cautela diante do baixo crescimento da arrecadação do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICM), principal fonte de financiamento da Universidade, e do cenário econômico adverso que se projeta para 2016, com expectativa de queda nas receitas oriundas do Tesouro do Estado.”

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