esqueleto urbano

Obras são retomadas em prédio abandonado

A estrutura brotou ali, no coração da Rua Luiz José Pereira de Queizoz - rua curtinha, nas imediações do badalado Bar Furlan

Da Agência Anhanguera
09/09/2018 às 08:56.
Atualizado em 22/04/2022 às 04:31
Funcionários da Peres & Peres, incorporadora do grupo da Imobiliária Governador, já trabalham no local (Matheus Pereira/Especial para AAN)

Funcionários da Peres & Peres, incorporadora do grupo da Imobiliária Governador, já trabalham no local (Matheus Pereira/Especial para AAN)

O esqueleto de concreto estava lá, esquecido, desde meados dos anos 90. Era mais uma obra da Encol, que foi líder do mercado da construção civil, mas que acabou falindo e deixando diversos edifícios inacabados. O prédio da Via Itapura era o exemplo clássico. Os compradores ficaram na mão. Os vizinhos herdaram, na frente de casa, um imóvel que virou criadouro de mosquito e esconderijo de desocupados.  A estrutura brotou ali, no coração da Rua Luiz José Pereira de Queizoz – rua curtinha, nas imediações do badalado Bar Furlan. Com o tempo, o prédio largado foi rodeado de prédios de apartamentos. Alguns de alto padrão, habitados por famílias muito conhecidas no bairro. As obras foram retomadas no primeiro semestre deste ano pela Peres & Peres, incorporadora do mesmo grupo empresarial que administra a Imobiliária Governador. O acordo de compra e venda foi fechado com os credores da massa falida, donos dos apartamentos projetados. Mas o valor investido pela construtora é guardado a sete chaves. Mas não foi pouco, naturalmente. Afinal, serão 48 apartamentos de dois dormitórios, distribuídos por 12 andares, que finalmente vão sair da planta. De acordo com o encarregado de obras Kevin Henrique, o trabalho recomeçou com a análise técnica das fundações, abandonadas há tanto tempo. Passada a primeira fase - que constatou que a estrutura segue impecável - os 12 operários da incorporadora já começaram a execução das lajes dos andares inferiores. De acordo com o empreendedor Israel Peres, diretor da construtora, o acordo com os compromissários permite o relançamento do prédio de apartamentos a novos proprietários. Mas as vendas ainda não começaram. Primeiro, a incorporadora vai fechar os vãos com paredes e mostrar, para a vizinhança, que o prédio virou um brinco. Cada unidade cai ter 72 metros quadrados. Nem se definiu, ainda, o preço de cada uma. Alívio A retomada das obras do edifício na Rua Comendador Luiz Queiroz foi um alívio para os vizinhos. O zelador Amauri da Silva Santos é, desde 2010, funcionário de um prédio residencial localizado bem de frente à construção inacabada. Ele conta que as famílias, por ali, estavam muito preocupadas com a situação. “Condomínios ao redor se cotizavam para pagar a limpeza e a eliminação dos criadouros do mosquito da dengue. Era um problema coletivo. Assim foi feito”, conta. “Agora, todo mundo está feliz de ver os pedreiros trabalhando.” Mas o problema, por ali, não se limitava aos mosquitos. Segundo o empreendedor Israel Peres, moradores em situação de rua se refugiavam no prédio, e havia medo de que o espaço servisse para o consumo de drogas ou como esconderijo de ladrões, “O esqueleto acabava desvalorizando todos os imóveis vizinhos”, afirma. Denúncias de sonegação abalaram confiança na Encol A Encol foi fundada em 1961 na cidade de Goiânia (GO). Foi uma das mais importantes empresas do setor imobiliário. Mas a decadência começou nos anos 90, após problemas administrativos sérios. Surgiram denúncias de sonegação fiscal, fraude e inadimplência, que levaram a corporação a ser investigada por uma Comissão Especial de Inquérito (CPI) formada em Brasília. Mesmo sem comprovação na época, as denúncias fizeram despencar a confiança na empresa, até o decreto de intervenção administrativa e falência.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por