Obras podem ser prejudicadas com greve da Engemix

Mais de 45 trabalhadores da área de transportes da Engemix cruzaram os braços nesta segunda-feira (24). A empresa, que faz parte do grupo Votorantim, comercializa concreto para vários grupos de Campinas e região, e tem na carteira as obras de ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos. A greve teve início depois que a empresa apresentou uma proposta bem abaixo das pretensões da categoria para o reajuste salarial.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campinas e Região informou que os trabalhadores pediram 9% de aumento dentro da campanha salarial de 2013, mas a empresa apresentou apenas 7,16%.

Outros pleitos também em discussão são o pagamento de horas-extras e a jornada de trabalho conforme a estabelecida por lei. De acordo com a entidade, foram registrados casos nos quais o motorista trabalhou quase 24 horas seguidas. Para não pagar o período a mais, a empresa quer estabelecer um banco de horas.

O secretário-geral do sindicato, Jeremias Nunes dos Santos, afirmou que a empresa não apresentou contraproposta, mesmo com a paralisação de todos os motoristas da unidade de Campinas.

"A Engemix não se manifestou e não acenou com a possibilidade de negociação. A greve vai continuar amanhã (terça-feira). Nós vamos estender a mobilização para o Aeroporto de Viracopos. Fomos informados que caminhões de outras cidades estão vindo abastecer o aeroporto. Queremos conscientizar os trabalhadores das outras cidades sobre a luta da categoria em Campinas", disse.

Ele comentou que a entidade fará uma denúncia formal ao Ministério do Trabalho e ao Ministério Público do Trabalho sobre a jornada excessiva de trabalho dos motoristas da Engemix. "É um absurdo um motorista entrar às 6h e ficar até o final da noite sem parar. A empresa trabalha com apenas dois turnos e os trabalhadores cumprem uma jornada longa", afirmou.

Jeremias salientou que a oferta da Engemix está muito abaixo do que foi fechado com trabalhadores de empresas de outros ramos como os condutores rodoviários. "A média dos reajustes foram de 8% a 9%. Os trabalhadores não aceitam os 7,16% oferecidos pela Engemix", pontuou.

A Engemix esclareceu que "preza pelo bom relacionamento com seus funcionários, clientes e demais públicos. A empresa ainda reforça o seu compromisso com o abastecimento do mercado regional, atendendo todos os acordos comerciais e primando pelo desenvolvimento e crescimento econômico da região".

A assessoria de imprensa da Aeroportos Brasil Viracopos informou que possui mais dois fornecedores de concreto e também tem duas usinas instaladas na área da obra de ampliação que fabricam o produto. A greve dos motoristas da Engemix não impactou o andamento dos trabalhados de expansão do terminal, segundo a concessionária.