Nas duas entradas do terminal de ônibus do Centro de Campinas, foram levantadas estruturas de ferro, que campineiros imaginam ser suportes de catracas eletrônicas (Diogo Zacarias)
Usuários do Terminal Central de Campinas estão curiosos com uma nova e pequena obra em execução no local. Estruturas que parecem ser suportes de catracas estão sendo levantadas tanto na entrada que dá acesso ao terminal pela Avenida Moraes Sales e Rua Álvares Machado, como também na parte dos fundos, que dá acesso à Estação Cultura. Muito se especula. Passageiros e pedestres temem que o Terminal Central seja fechado para a cobrança da tarifa do transporte público na entrada — atualmente, o pagamento é feito nos ônibus.
Em ambas as entradas, além das estruturas de ferro que já foram levantadas, há também tapumes que vedam uma parte do local. Placas e faixas da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) cercam o entorno das obras.
O Terminal Central já teve catracas no passado, que eram utilizadas apenas para calcular o número de pessoas que passavam pelo local. Com o passar dos anos, esses equipamentos quebraram, não receberam manutenção e foram retirados da área, liberando de forma total os portões.
"Eu passo por aqui diariamente e faz uns 10 ou 15 dias que a estrutura começou a ser montada. Acho que deve ser uma catraca, porque lembro que o terminal já teve isso antes. Só espero que a gente não tenha que pagar na entrada, porque o terminal é um lugar que dá acesso a vários pontos do Centro da cidade", afirmou o comerciante Emanuel Soares, de 43 anos, que trabalha em um bar nas imediações do Terminal Central.
Atualmente, estudos vêm sendo realizados pela Socicam, empresa que administra a Rodoviária de Campinas, que pretendem definir qual será o modelo necessário para a concessão dos terminais de ônibus urbanos e das estações de transferência. O vencedor poderá explorar os espaços, mas também deve revitalizar, conservar e fazer a gestão desses locais.
De acordo com a Emdec, a concessão incluirá 36 estações do BRT (Bus Rapid Transit), oito terminais do BRT e mais oito terminais normais, além de seis estações de transferência convencional.
"Eu não sei o que é, mas perguntei aqui esses dias no terminal e falaram para mim que será catraca. Mas ninguém sabe dizer se vamos pagar antes ou se ela vai servir para alguma outra coisa", contou a autônoma Valéria Uzami, de 32 anos.
Atualmente, Campinas possui três terminais de ônibus onde os usuários pagam a tarifa de transporte na entrada e não no veículo: Barão Geraldo, Campo Grande e Ouro Verde.
Enquanto isso, nos Terminais Central, Vida Nova, Padre Anchieta, Vila União, Metropolitano e Mercado, a passagem de ônibus é cobrada diretamente em cada veículo - são os chamados terminais abertos.
"Espero que não fechem o terminal e só permitam a entrada de quem vai pegar ônibus. Eu moro ali na Vila Industrial e pego meu ônibus na Moares Sales. Venho andando porque é mais rápido, mas se fechar aqui, vou ter que pegar outro ônibus só para andar um ponto, porque senão precisarei dar uma volta grande", disse a atendente de telemarketing Isabeli Damasio, de 21 anos.
A Emdec foi procurada desde a semana passada para explicar qual o intuito dessas novas obras, mas não houve retorno aos questionamentos até a publicação da reportagem.
Em Barão
O bicicletário do Terminal Barão Geraldo segue interditado até o dia 22 deste mês para que obras de revitalização sejam realizadas na cabine de controle do espaço. Como estruturas precisarão ser montadas na área destinada às bicicletas, por questões de segurança, a Emdec precisará fechar o espaço ao acesso dos ciclistas.
No local dedicado à parada das bicicletas, serão instalados andaimes para a passagem de redes elétrica e hidráulica, e a instalação de manta térmica e placa de drywall, que compõem a reforma da cabine de controle. Posteriormente, o local será pintado.
Além dessa intervenção, o terminal atualmente passa por outras obras. Os sanitários usados pelos passageiros estão sendo reformados, com a troca de piso, divisórias e revestimentos. O sanitário inclusivo também passa por mudanças, para que seja mais acessível a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
Já para os funcionários do espaço, incluindo agentes da mobilidade urbana e condutores de ônibus, estão sendo construídos sanitários e vestiários femininos e masculinos, que antes não existiam no local. O refeitório dos colaboradores será revitalizado.
