APÓS ESPERA DE 30 ANOS

Obras de viaduto de Sumaré a Hortolândia iniciam 2ª feira

Anunciada na terça-feira pelo Governo do Estado, ligação custará R$ 35,7 milhões

Edimarcio A. Monteiro/ [email protected]
29/06/2022 às 08:30.
Atualizado em 29/06/2022 às 08:30
Para atravessarem de Sumaré para Hortolânda, os pedestres, ciclistas e motociclistas são obrigados a passar por uma viela repleta de lixo e onde ocorrem constantemente assaltos (Gustavo Tilio)

Para atravessarem de Sumaré para Hortolânda, os pedestres, ciclistas e motociclistas são obrigados a passar por uma viela repleta de lixo e onde ocorrem constantemente assaltos (Gustavo Tilio)

O Governo do Estado anunciou na terça-feira (28) R$ 47,7 milhões para a região de Campinas. A maior parte da verba, R$ 35,7 milhões, será destinada à construção de um viaduto ligando as cidades de Sumaré e Hortolândia, cujas obras devem começar na próxima segunda-feira. Os outros R$ 12 milhões são para o custeio do novo Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O viaduto é uma obra esperada pelos moradores há pelo menos 30 anos, que agora torcem para que realmente seja executada. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), esteve na terça-feira (28) em Sumaré para assinar a ordem de serviço da obra, que terá 730 metros de extensão sobre a linha férrea da América Latina Logística (ALL) para passagem de veículos e pedestres.

O viaduto ligará a Estrada Municipal Américo Ribeiro dos Santos (SMR-385), no Jardim Bandeirantes, em Sumaré, à Avenida Cristóvão Colombo, Jardim Nova Europa, em Hortolândia. “Essa obra sempre é usada como propaganda política”, critica o mecânico Genilson Vieira Alves, ressaltando que é a terceira vez que ela é anunciada nos últimos sete anos. “Talvez agora, ela realmente saia”, acredita. 

Passagem perigosa

Genilson trabalha e mora ao lado de uma passagem clandestina que hoje é usada por pedestres, ciclistas e motociclistas como atalho para atravessarem de uma cidade para outra. É uma viela com escada e rampa que passa pela linha férrea, com entulho e lixo jogado nas margens.“Aqui tem assalto todo o dia”, diz Alves, que até instalou um poste com lâmpada para iluminar a viela de acesso, mas admite que isso não inibe a ação dos ladrões.

Eles roubaram até o corrimão de ferro de uma escada existente na passagem, o que dificulta o uso por idosos e pessoas com dificuldades de locomoção. “Eu somente passo por aqui acompanhada”, diz a técnica em mecânica Luana Souza Silva, que todos os dias às 4h30 usa a passagem para ir do Parques das Nações, onde mora em Sumaré, até a empresa em que trabalha em Hortolândia. Terça-feira à tarde, ela usou a ligação clandestina para ir de bicicleta para casa.

O operador de empilhadeira Pedro Virgílio explica que essa passagem evita que os moradores das duas cidades deem uma volta entre 4 e 10 quilômetros, dependendo do caminho seguido, para circular entre Sumaré e Hortolândia. Porém, ela não pode ser usada por automóveis e ônibus, que precisam seguir outros caminhos. Na rota mais curta, os veículos têm que atravessar por dentro dos bairros, enquanto no mais longo, os motoristas precisam pegar a Rodovia Anhanguera.

O pedreiro José Carlos Virgílio, que reside no Jardim Bandeirantes, avalia que a construção do viaduto trará benefícios para a população, mas também aumentará a circulação de veículos e o perigo na Estrada SMR-385, recentemente duplicada. “Os motoristas andam em alta velocidade por aqui e sempre tem acidentes. Há poucos dias, um carro derrubou um poste aqui no local”, afirma. Ele reivindica a instalação de lombadas para coibir os abusos.

Previsão para a obra

A previsão do governo estadual é que o viaduto fique pronto em 18 meses, sendo entregue em fevereiro de 2024. A obra será realizada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Para o governador, a nova transposição “vai mudar a realidade do trânsito da região”. Ele argumenta que obras como essa melhoram a infraestrutura do Estado, preparando-o para receber novos investimentos.

“A pandemia de covid-19 mostrou que a globalização, que concentra a produção, tem muitos problemas e agora as empresas estão buscando distribuir essa produção por outros países. São Paulo precisa estar muito altivo na busca desses investimentos”, justificou.

O superintendente do DER, Edson Caram, destacou que o viaduto será a quarta obra recente do Governo do Estado na área de transportes em Sumaré. As outras são de duplicação ou melhorias em estradas municipais ou liberação de verbas para a pavimentação de ruas. De acordo com ele, o Programa Novas Estradas engloba, dede 2019, 7 mil obras em rodovias e estradas vicinais em todo o Estado, que somam R$ 11 bilhões de investimentos e geração de 200 mil empregos.

Além de autorizar o início das obras do viaduto, o governador também participou da inauguração oficial da Escola Estadual do Jardim das Orquídeas, em Sumaré. Na realidade, ela já está em funcionamento desde abril passado, quando foi entregue com atraso, levando pelo menos cinco anos para ser concluída. A obra estava parada desde 2018 e constantemente era alvo de vandalismo.

A escola recebeu investimento de R$ 1,7 milhão e atende 173 estudantes dos anos finais (6º ao 9º) do ensino fundamental. A unidade faz parte do Programa de Ensino Integral, que atualmente atende 1 milhão de estudantes em todo o Estado. Há três anos, eram 100 mil. A EE do Jardim das Orquídeas tem dez salas de aula e quadra esportiva coberta.

Hospital

Antes de ir a Sumaré, o governador Rodrigo Garcia participou da inauguração do Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU) da Unicamp, que iniciará atendimento em julho. O evento no hospital teve vários problemas de organização, a começar pela confusão sobre o horário da inauguração. Ao Correio, foi informado que seria às 8 horas. A outros, às 10 horas. 

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