Intervenções anunciadas se somam às tentativas da Prefeitura de atrair moradores, comerciantes e melhorar a geração de emprego na região
Uma das adequações propostas acontecerá no Terminal Central, com a implantação de cinco plataformas com piso elevado para a operação das linhas BRT; usuários ouvidos pela reportagem avaliaram que isso ajudará os idosos e pessoas com deficiência física (Kamá Ribeiro)
As novidades anunciadas na última quinta-feira, dia 4, na área da mobilidade urbana de Campinas, tem o objetivo de trazer mais segurança, conforto, acessibilidade e economia de tempo aos usuários das linhas de ônibus do BRT que circulam pelo Terminal Central e pelo Corredor Central da cidade. É o que afirmou o presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Vinicius Riverete, ontem, em entrevista exclusiva ao Correio Popular. Trata-se de mais uma ação do poder público municipal em uma região que atualmente passa por um processo intenso de requalificação – uma delas é o Projeto de Requalificação da Área Central de Campinas (PRAC), que busca aumentar a circulação de pessoas, atrair novos investimentos e gerar empregos.
O corredor de ônibus na área central da cidade, na antiga Rótula, vai receber uma série de adaptações estruturais que contemplará as cinco linhas de BRT que já passam pelo local (linhas 20 do Campo Grande e 25 do Satélite Íris, além das 10, 11 e 12 do Ouro Verde). Com investimento de R$ 54,7 milhões, considerando verbas locais e nacionais, as intervenções deverão terminar em 36 meses. O período abrange a criação dos projetos executivos e as respectivas construções. A iniciativa vai ser contemplada pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - Mobilidade Grandes e Médias Cidades, de responsabilidade do governo federal, após demanda enviada pela Prefeitura de Campinas.
Em outras medidas anunciadas que fazem parte do pacote de novidades, estão a colocação de 4,1 km de concreto no Corredor Central, a previsão de ajustes viários e a construção de quatro novas estações (localizadas nas avenidas Moraes Salles, Anchieta, Orosimbo Maia e na Rua Dona Libânia – com piso alto e exclusivas para o BRT). A proposta também inclui a adequação do Terminal Central, com a implantação de cinco plataformas com piso elevado, para a operação das linhas BRT – as mesmas cinco que já trafegam pelo Corredor Central.
GANHOS
O presidente da Emdec, Vinicius Riverete, afirmou que o objetivo principal de todas essas futuras intervenções é melhorar a vida da população de Campinas que utiliza o transporte público da cidade. “Vai ser um ganho enorme para os usuários, porque vai ser um serviço mais eficiente, mais confortável e mais seguro. Hoje, o passageiro, por exemplo, espera um ônibus na Avenida Moraes Salles em uma área que pode estar chovendo. No futuro, ele vai esperar o BRT em uma estação coberta, podendo voltar para sua casa com mais conforto. E como no embarque não há pagamento de tarifa, pois o usuário já vai ter pagado para entrar na estação, vai ficar um processo ainda mais rápido”, comentou.
Riverete foi questionado sobre qual seria o aumento projetado no número de usuários e de linhas do BRT que poderão circular no Corredor Central e no Terminal Central após o final das intervenções, mas não soube responder. No entanto, ele destacou que vão ser implementações estruturais muito importantes. “Essas obras são importantes para a melhoria do transporte público para o usuário. Em todas elas, vamos ter mais qualidade, conforto, segurança e dignidade para a população.”
TERMINAIS
O presidente da Emdec também falou sobre os projetos dos futuros terminais Amarais e Campo Belo, ambos convencionais – sem ligação com o BRT. O investimento na criação das propostas será de R$ 2,6 milhões. Ainda não há prazos para as respectivas construções. Segundo a Emdec, trata-se de uma demanda importante da cidade e que deverá beneficiar uma população de 60 mil habitantes, no Campo Belo, com um volume de 35 mil passageiros/dia. Já no Amarais, deverão ser contemplados 50 mil pessoas, com um volume de 32 mil passageiros/ dia.
De acordo com Vinicius Riverete, é uma situação que justifica a intervenção do poder público local. “Vimos essa necessidade (dos novos terminais) porque o fluxo de pessoas é muito grande, né? A gente precisa realmente ter esses terminais para que a população tenha linhas diretas do Centro até as regiões que vão ser beneficiadas.”
APOIO
Emídio Teixeira mora no Jardim Yeda e utiliza o transporte público diariamente para sair do bairro rumo ao Centro de Campinas. Funcionário da área da Construção Civil, ele aprovou a iniciativa de adaptar à estrutura do Terminal Central para as linhas do BRT em operação no local. “Isso vai facilitar a vida das pessoas com deficiência física e dos idosos. Eles sofrem bastante para usar outros tipos de veículos, então se eles puderem embarcar com mais acessibilidade é melhor ainda.”
Alzira Ramalho, por sua vez, usa o BRT de forma esporádica. Ontem, ela utilizou o transporte público para ir a uma faculdade de Campinas. A mulher destacou a facilidade que as futuras novas estações do Corredor Central vão trazer para a população. “Moro no Centro e às vezes fico pensando se vale a pena eu usar esse serviço (BRT), mas se as estações vierem mesmo, vai ser mais prático para quando eu precisar”, opinou.
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