RECLAMAÇÃO

Obra de ponte do Jd. Garcia atrasa e incomoda população

Estimativa era de que a Rua Agenor Topinel seria liberada ao tráfego de veículos no final de abril; motivo da demora foi a quantidade de entulho encontrado aterrado no solo

Luiz Felipe Leite/luiz.leite@rac.com.br
21/05/2025 às 10:31.
Atualizado em 21/05/2025 às 12:51

As intervenções preveem a substituição de uma rotatória por outra, mais ampla, no cruzamento das ruas Agenor Topinel e Vicente Bellochio e a repavimentação das vias afetadas; poeira levantada com as escavações e trânsito complicado devido às obras são algumas das reclamações (Alessandro Torres)

As obras que interditaram a ponte que liga os bairros Jardim Garcia e Jardim Pacaembu por meio da Rua Agenor Topinel, em Campinas, estão atrasadas. A previsão original é de que a via seria liberada aos veículos até o último dia 28 de abril, mas isso não aconteceu. O novo prazo é de 10 dias úteis após 6 de junho, segundo o engenheiro responsável pelas intervenções. O atraso foi motivado, principalmente, pelo fato da grande quantidade de entulho encontrado aterrado no solo do local, quantidade superior ao que se esperava originalmente.

O objetivo das alterações é melhorar a fluidez do trânsito na região e impedir alagamentos nas imediações, considerando a proximidade com o Córrego do Piçarrão. Moradores dos arredores ouvidos ontem pelo Correio Popular têm esperanças de que as medidas resolvam definitivamente esses problemas, mas disseram que o tráfego de veículos está complicado nas ruas do entorno da área interditada e reclamaram da poeira levantada com as escavações feitas nas obras.

A interdição da ponte ao trânsito foi iniciada em 19 de março deste ano, com previsão de ser liberada em 40 dias. As intervenções preveem a substituição de uma rotatória por outra, mais ampla, no cruzamento das ruas Agenor Topinel e Vicente Bellochio e a repavimentação completa das vias afetadas. Além disso, está sendo feita a substituição de todo o sistema de drenagem da via, com a instalação de 12 novas bocas de lobo, por exemplo. A estrutura até então existente era muito antiga e não era capaz de dar vazão para a quantidade de água que saía do córrego somada à das chuvas que caem na região.

A previsão inicial era que as obras custariam R$ 1,33 milhão de reais. Com o atraso nas intervenções, esse valor deve subir para R$ 1,45 milhão. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura, os recursos são oriundos de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), ou seja, uma contrapartida de um empreendimento feito na região onde a ponte está localizada.

Segundo o engenheiro Maicon Poleti, funcionário de uma empresa terceirizada e responsável pelas obras, as intervenções não são simples e demandam um trabalho técnico e responsável. “Tinha bastante entulho no solo, então tivemos de escavar mais do que estava previsto. Antes eram 40 centímetros, mas tivemos de escavar mais 20 centímetros. Além disso, foi necessária uma intervenção pontual da Sanasa por aqui. Em outro momento, uma adutora de água estourou na Avenida John Boyd Dunlop. Foi necessário liberar o trânsito no trecho interditado da Rua Vicente Bellochio, mas sem reabrir a ponte, para aliviar o tráfego na avenida. Foram várias situações que ocorreram, mas seguimos trabalhando para entregar essa obra o mais rápido possível”, detalhou.

Ainda segundo o engenheiro, a nova previsão é que as intervenções abaixo do solo terminem em 6 de junho. Na sequência, serão necessários mais 10 dias úteis para a repavimentação das vias afetadas pela interdição. Após essa etapa, elas serão liberadas ao trânsito. “Depois ainda serão feitas melhorias na iluminação pública, além de um espaço de lazer nos arredores, mas tudo isso será após a liberação da ponte ao trânsito.”

Os desvios na região, nos dois sentidos de circulação, ocorrem a partir da Avenida Padre Manoel da Nóbrega, seguindo pela Rua Professor Euclydes Vaz de Campos Filho, marginal da Rodovia Anhanguera (SP-330), e prosseguindo pelas ruas Antônio Rodrigues de Carvalho, José Gabriel Martins e Maestro Hugo Bratfish, até a Praça Pascoal Pádula. Outro exemplo de alternativa é utilizar o viaduto que pode ser acessado pela Avenida Transamazônica para chegar na Avenida John Boyd Dunlop.

MORADORES

Jorge Augusto mora há nove anos na Rua Vicente Bellochio. Ele possui uma barbearia no imóvel vizinho, a um quarteirão de distância da ponte interditada. Augusto comentou que não teve impactos negativos financeiros com as obras nos arredores, como perder clientes por exemplo, mas destacou que a poeira levantada pelas intervenções no local é uma das complicações. “Meus filhos têm problemas respiratórios, então toda essa poeira é um problema enorme. Entendo que essas obras são necessárias para evitar esses alagamentos. Qualquer chuva, mesmo aquelas com pouca intensidade, já resultam em enchentes por aqui, em níveis de causarem estragos, como carros quebrados na via”, relatou.

Os aposentados Milton Verginilo e Ailton Pereira Lima vivem há muitos anos no Jardim Garcia. A reportagem do Correio Popular encontrou a dupla em frente à casa de Verginilo, na Rua Silva Jardim, que termina na Rua Vicente Bellochio. Enquanto Lima comemorou as obras e destacou que elas deverão resolver os problemas dos moradores, Verginilo reclamou dos transtornos causados pelas intervenções. “Tirar meu carro aqui da garagem às 7h da manhã virou um parto, pois a minha rua (Silva Jardim) virou rota de desvio por causa da interdição da ponte.”

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