ENERGIA

O Horário de Verão acabou. O risco de apagões, não

Com medo de apagões e buscando gastar menos na conta de luz, empresários e consumidores residenciais adotam ações para economizar energia

Adriana Leite
22/02/2015 às 14:13.
Atualizado em 24/04/2022 às 00:22
Central de monitoramento da CPFL: companhia investe para melhorar e fortalecer a rede, mas o problema está na crise hídrica que afeta a geração ( César Rodrigues/ AAN)

Central de monitoramento da CPFL: companhia investe para melhorar e fortalecer a rede, mas o problema está na crise hídrica que afeta a geração ( César Rodrigues/ AAN)

O Horário de Verão chegou ao fim neste domingo (22), mas a escassez de energia elétrica ainda está longe de terminar, e é um risco que assombra o País.Com medo de apagões e buscando gastar menos na conta de luz, empresários e consumidores residenciais adotam ações para economizar energia. As medidas vão da troca de lâmpadas até os projetos de cogeração por meio de gás natural. As distribuidoras que atendem a região de Campinas também investem para dar mais robustez à rede e modernizá-la. A CPFL Paulista, que atende 234 municípios, anunciou nesta semana que irá destinar quase R$ 500 milhões com esse objetivo.De acordo com a empresa, a meta é acompanhar o crescimento da demanda e modernizar suas redes de transmissão e distribuição. A Elektro também está investindo R$ 33 milhões apenas em subestações e equipamentos móveis. Especialistas afirmam que, mesmo com as chuvas das últimas semanas, os reservatórios das hidrelétricas continuam baixos e há risco de faltar energia no sistema.O governo promove ações como a compra de energia de outros países e a retomada da atividade de usinas térmicas. Mas nada disso afasta a preocupação dos empresários com o impacto de eventuais apagões sobre a atividade econômica que já está fraca. O gerente de Vendas da AZ Armaturen do Brasil, Luis Fernando dos Santos, diz que a empresa está investindo US$ 1 milhão em geradores para garantir que a produção na fábrica de Itatiba não pare.“Não estava no nosso planejamento elevar a quantidade de geradores na planta. Mas os últimos apagões ligaram o sinal de alerta”, diz. Ele ressalta que o grupo alemão preferiu estabelecer ações de prevenção do que correr o risco de ficar sem o principal insumo que movimenta as máquinas na fábrica. “A previsão é que em 90 dias os equipamentos estejam instalados. Os empresários estão tendo que assumir o ônus pela falta de planejamento dos governantes. Além de pagar mais caro pela energia, ainda temos que investir em sistemas para escapar de apagões”. Atualmente, a empresa já possui geradores para garantir a iluminação da fábrica e o funcionamento de parte das máquinas. “Com esse novo investimento, vamos garantir que a planta funcione 24 horas sem depender do sistema elétrico. Mas o custo é alto, porque os geradores funcionam com óleo diesel”. O executivo comenta que é muito ruim para o setor produtivo a possibilidade de falta de energia elétrica. “O problema afeta a competitividade das indústrias. E o setor, como toda a população, agora convive com tarifas cada dia mais altas”.Santos defende que o governo estabeleça programas de incentivo para a geração de energias alternativas. “A planta da empresa na Alemanha, por exemplo, gera energia fotovoltaica para suas atividades e ainda comercializa o excedente para o sistema”, diz.

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