EPIDEMIA

Números de casos de sarampo ainda crescem

Progressão da doença desacelera, porém sete novos casos são confirmados nos últimos 15 dias

Daniel de Camargo
25/10/2019 às 20:01.
Atualizado em 30/03/2022 às 10:39

Um novo boletim sobre o sarampo divulgado nesta sexta-feira (25) pela Secretaria Municipal de Saúde de Campinas aponta 93 casos confirmados na cidade. O anterior, publicado no último dia 11, registrava 86. Os novos casos foram notificados entre 8 de julho e quarta-feira passada. Existem ainda 239 em investigação. Não houve óbitos até agora. Desde o início de 2019, Campinas já vacinou cerca de 85 mil crianças contra a doença e continua intensificando as ações de vacinação. Infectologista do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Valéria Almeida informa que o Instituto Adolfo Lutz, que analisa os exames, tem levado, em média, 20 dias para retornar os resultados. Além disso, não tem seguido uma sequência lógica de recebimento. Por isso, o aumento de sete novos casos não deve ser analisado com alarde, pois os apontamentos não são necessariamente de ocorrências recentes. Como há notificações em andamento, entretanto, pressupõe que ainda há circulação do vírus na cidade. "Campinas é muito grande e recebe pessoas de outros estados e municípios diariamente. Eles podem não estar adequadamente vacinados e trazer o vírus para cá", comentou sobre a complexidade de combater a epidemia no Município. Por isso, a médica pede para que pessoas com sintomas procurem imediatamente o atendimento médico e mantenham o afastamento social. Os sinais incluem febre, conjuntivite, tosse, coriza e vermelhidão no corpo. Valéria relembra que a última vez que Campinas registrou um caso positivo de sarampo, antes dessa epidemia nacional, foi em 2011. Destaca, porém, que foi apenas uma ocorrência. A Campanha de Vacinação voltada para crianças de menos de 5 anos teve início no dia 7 de outubro e terminou ontem. Até a última quarta-feira, já haviam sido imunizadas 2.525 crianças entre seis meses de vida e menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias). Um balanço consolidado com todos os dados da campanha será divulgado na próxima semana. A vacina continua disponível nos Centros de Saúde para todas as crianças que ainda não tiverem tomado ou que tenham completado a idade do calendário vacinal para tomar as doses, a partir dos seis meses, aos 12 e aos 15 meses. Dos 93 casos, 28 foram registrados em menores de um ano; 20 são em crianças entre 1 e 4 anos; cinco, em crianças entre 5 e 9 anos; três entre 10 e 14 anos; sete entre 15 a 19 anos. Outros 21 casos ocorreram em adultos na faixa etária entre 20 e 34 anos; oito, na faixa entre 35 e 49 anos de idade. E ainda há um caso entre 50 e 64 anos. Dentro da campanha foi realizado no último sábado, dia 19, um Dia D de vacinação, no qual foram aplicadas 349 doses da vacina para crianças que ainda não haviam sido imunizadas. Uma segunda fase da campanha começará no dia 18 de novembro e vai até 30 de novembro com uma intensificação da vacinação de adultos de 20 a 29 anos. É importante que as pessoas que perderam a carteirinha de vacinação ou não têm registro das doses procurem o centro de saúde para atualizar o esquema vacinal. Quem tem até 29 anos precisa tomar duas doses da vacina e dos 30 aos 59 anos, a recomendação é de uma dose. Vacinação A vacina é a única maneira de interromper a cadeia de transmissão do vírus, por isso, é importante que os adultos levem as crianças para tomar a vacina, que é segura e pode ser aplicada em todos os Centros de Saúde do município. Como a maior parte dos casos de sarampo é em crianças menores de 1 ano, a Secretaria Municipal de Saúde pede atenção especial para a dose zero, considerando ainda que as complicações são maiores nesta faixa etária por conta do desenvolvimento do sistema imunológico. Ressalta-se, porém, que o esquema vacinal deve ser completo para todas as faixas etárias. A estratégia chamada de dose zero para crianças a partir de seis meses foi adotada pela Secretaria de Saúde de Campinas no início de agosto. Foi uma antecipação à recomendação do Ministério da Saúde, que dias depois anunciou para o País como um todo. A dose zero não substitui as de rotina, que devem ser mantidas aos 12 meses, por meio da vacina tríplice viral, e aos 15 meses, por meio da vacina tetraviral ou pela tríplice viral associada à vacina contra a varicela. A efetividade da vacina é maior para aqueles que tomaram todas as doses recomendadas.

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