O satélite capta a imagem e a Defesa Civil gera uma ocorrência. Em seguida, técnicos vão a campo para mensurar os danos e confeccionam um relatório
Sidnei Furtado exibe ferramenta que permite maior agilidade no combate (Thomaz Marostegan/Especial para a AAN)
O número de queimadas de grande porte dobrou em Campinas, em maio, quando foram registradas 14 ocorrências, se comparado a abril, mês em que foram contabilizadas sete. Os números são da Defesa Civil, que desde maio, utiliza imagens de satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para monitorar a cidade. A dimensão da área afetada, nesses casos, equivale a mais ou menos, a um campo de futebol. A ação faz parte de um projeto piloto. Segundo Sidnei Furtado, coordenador da Defesa Civil, nenhuma outra comparação se faz pertinente, pois antes não havia esse recurso em maio do ano passado, por exemplo. Na prática, o satélite capta a imagem e a Defesa Civil gera uma ocorrência. Em seguida, técnicos vão a campo para mensurar os danos e confeccionam um relatório que, posteriormente, é entregue a fiscalização ambiental. Com base nesses dados, a Coordenadoria de Fiscalização Ambiental (CFA) identifica o proprietário e aplica as penalidades cabíveis. A Lei Complementar 49/2013 estabelece que, os valores das multas aplicadas variam de 80 a 80.000 UFICs (Unidade Fiscal de Campinas), a depender da intensidade e da magnitude do dano. Sobre este valor incidem ainda as condições atenuantes ou agravantes. Cada UFIC equivale em 2018, a R$ 3,39. Em nota, a Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informou que aplicou seispenalidades (1 multa e 5 advertências) em abril, nenhuma em maio, e cinco multas em junho. O levantamento do Inpe não é novidade, mas sim a utilização desse recurso como um notificador. Os dados incluem data e localização dos incêndios. Furtado explica que, apesar das informações chegarem com um dia de atraso, evidenciam um fato concreto que auxilia, inclusive, a analisar se o incêndio foi criminoso ou não. “Oito focos em um mesmo terreno apontam para uma ação suspeita”, avalia. Umidade Campinas entrou em Estado de Alerta na tarde do último domingo, devido à baixa umidade relativa do ar que chegou a 16%, segundo a Defesa Civil. Ontem, o índice era de 19,6%. O Estado de Alerta é decretado quando a faixa vai de 12% a 20%. Nessas condições, é recomendável suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10h e 16h, evitar aglomerações e usar soro fisiológico em olhos e narinas. Previsão Segundo dados do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, o predomínio de sol na região deve perdurar até o fim da semana, pelo menos. Na próxima semana, uma frente fria deve amenizar a temperatura. Mas, não ainda dá para garantir chuvas.