MINISTÉRIO DA SAÚDE

Número de óbitos por Aids cai no País

Após 30 anos de luta contra o vírus, hoje os tratamentos são mais efetivos para baixar carga viral

Agência Brasil
01/12/2018 às 17:12.
Atualizado em 05/04/2022 às 22:55

Dados do Ministério da Saúde divulgados na semana passada mostram uma redução de 16% dos casos e óbitos por Aids no País nos últimos quatro anos. Pessoas que vivem com HIV comemoram o fato de terem sua carga viral em níveis sequer detectados em testes laboratoriais em razão da adesão ao tratamento com antirretrovirais. Por outro lado, o mesmo levantamento aponta crescimento no número de notificações da doença: em 2017 foram 42,4 mil — 6% a mais que os 40 mil de 2016. São 30 anos de batalha contra a Aids, desde que a Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de Saúde instituíram 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a Aids — síndrome da imunodeficiência adquirida. Em 1981 foram notificados os primeiros casos, mas foi em 20 de maio de 1983 que o cientista Luc Montagnier, do Instituto Pasteur, na França, isolou pela primeira vez o vírus causador da doença. Cinco anos depois, 65,7 mil pessoas já tinham sido diagnosticadas com o vírus, e 38 mil tinham falecido. Segundo o ministério da Saúde, fatores como a garantia do tratamento para todos, a melhora do diagnóstico, a ampliação do acesso à testagem e a redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento contribuíram para a queda do total de mortes no Brasil nor Aids. Cerca de 66,6% dos diagnosticados, mostra o balanço da Pasta, têm entre 20 e 39 anos. Do total, 73% são homens e 27%, mulheres. Entre os homens com mais de 13 anos, 53,6% se expuseram em relações homossexuais. É a maior proporção desde pelo menos 2007, quando se inicia a série histórica disponível no boletim epidemiológico oficial. Os números revelam que, de 1981 a junho de 2018, foram identificados 926.742 casos de Aids no Brasil — um registro anual de 40 mil novos casos. Em 2012, a taxa de detecção da doença era de 21,7 casos para cada 100 mil habitantes, enquanto que em 2017, o índice era de 18,3 casos. No mesmo período, a taxa de mortalidade por Aids passou de 5,7 óbitos para cada 100 habitantes para 4,8 óbitos. O boletim também aponta redução significativa da transmissão vertical do HIV - quando o bebê é infectado durante a gestação — entre 2007 e 2017. A taxa caiu 43%, passando de 3,5 casos para cada 100 mil habitantes para 2 casos. O ministério da Saúde anunciou que, a partir de janeiro de 2019, a rede pública de saúde passa a oferecer o autoteste de HIV para populações-chave e pessoas em uso de medicamento de pré-exposição ao HIV. A previsão é que sejam distribuídas, ao todo, 400 mil unidades do teste, inicialmente nas cidades de São Paulo, Santos, Piracicaba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e Manaus.Luta Diagnosticada como soropositiva há um ano e meio, a estudante Blenda Silva, 25 anos, conta que é possível seguir normalmente com a vida desde que haja adesão ao tratamento. Sobre os 30 anos de combate ao HIV, celebrados ontem, ela lembra que muitos perderam a vida ao longo das últimas décadas por causa da doença.“O número de infectados ainda é muito alto. Nossa mensagem, hoje, é que ainda precisa de prevenção”, disse, ao se referir aos mais de 37 milhões de pessoas que vivem com HIV em todo o mundo. “É uma luta que não precisa ser só de quem é soropositivo, mas de toda a sociedade brasileira”, concluiu.

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