O projeto de construção de um complexo hoteleiro pelo grupo Royal Palm Hotels & Resorts, em Campinas, prevê como contrapartida a obra de um viaduto que irá ligar Via Anhanguera (SP-330) à Avenida Estados Unidos. A construção cria uma nova alternativa de entrada e saída da cidade e desafogará o trânsito na região da Avenida Prestes Maia, principal via para quem entra e sai da estrada e um dos maiores gargalos viários do município. O plano feito pela Odebrecht Realizações Imobiliárias, a pedido do Royal, ainda está em fase de aprovação pela Prefeitura, mas já passou pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). De acordo com o secretário de Planejamento e Gestão, Flávio Henrique Costa Pereira, o complexo, que inclui um centro de convenções, dois novos hotéis e uma galeria comercial no entorno do Royal Palm Plaza Resort, só poderá ser erguido se o viaduto for feito. A via sairá da Avenida Royal Palm Plaza, passará sobre a Anhanguera e terminará no início da Estados Unidos. Os veículos que passam pela rodovia, nos dois sentidos, poderão utilizar a nova rota. A proposta já foi aprovada pela Concessionária CCR AutoBAn e pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transportes (Artesp), do governo do Estado, segundo o secretário. "Temos um estudo de que o viaduto vai dar vazão muito maior do que o fluxo de carros que o empreendimento vai gerar. O impacto na Prestes Maia será muito positivo" , disse Pereira. O Royal será ainda responsável pelo custos da sinalização horizontal e vertical da região, desde a Avenida Prefeito Magalhães Teixeira, conhecida como Marginal do Piçarrão, até o novo trecho de ligação. O secretário estima que o viaduto deve custar entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões. Todo o complexo do grupo sairá por cerca de R$ 400 milhões. O projeto dos hotéis e do centro de convenções está em fase de estudo na Secretaria de Urbanismo. ProblemaA Avenida Prestes Maia foi identificada como um dos pontos com mais trânsito de Campinas pela Emdec e é motivo de dor de cabeça para a Secretaria de Transportes. A pasta já implementou diversas mudanças na região que ainda não sanaram os problemas de congestionamento em horários de pico. No final de setembro, o tráfego da via foi dividido, desde as proximidades da Marginal do Piçarrão, com o objetivo de desobstruir o trânsito e impedir o cruzamento de veículos próximo ao trevo Sérgio Mota. O plano, entretanto, recebeu críticas de motoristas, moradores e comerciantes. Isso porque o acesso para a Anhanguera foi levado para a rua Benedito de Campos e quem segue por essa via fica impedido de acessar a Rodovia Santos Dumont (SP-75). A Emdec rebate as críticas e afirma que um levantamento feito pela Secretaria de Transportes comprova que as alterações provocaram uma redução de sete minutos no tempo de trajeto dos ônibus que seguem pela avenida.Porém, no dia 5 de novembro, o Correio publicou matéria mostrando que omotorista que sai de Campinas pelo eixo entre as avenidas Waldemar Paschoal (Avenida Aquidabã) e Prestes Maia leva seis vezes mais tempo para percorrer o trajeto no horário de pico do que em outros períodos. Por volta das 15h, a viagem levou pouco mais de cinco minutos, mesmo com semáforos fechando e trânsito carregado devido a forte chuva que atingia a cidade. Três horas mais tarde (por volta das 18h), a viagem levou quase 31 minutos, também com as mesmas condições de tempo. Ao percorrer o eixo no primeiro horário a velocidade do veículo, oscilou entre 60km/h na via expressa e 40km/h na Prestes Maia. Nesse horário a lentidão foi maior na saída de Campinas para acessar a rodovia. Já no segundo deslocamento, o trecho mais problemático foi registrado na Avenida Aquidabã. A reportagem demorou pouco mais de 16 minutos para percorrer dois quilômetros da via.