TUDO CONGESTIONADO

Novo normal dá nó no trânsito e evidencia inércia da Emdec

População reclama de falta de campanhas e de obras que destravem o tráfego

21/09/2021 às 09:03.
Atualizado em 24/03/2022 às 23:09
Rotina na Avenida Luiz Smânio, nas proximidades da Escola de Cadetes: transitar por Campinas no horário de pico é missão quase impossível (Diogo Zacarias)

Rotina na Avenida Luiz Smânio, nas proximidades da Escola de Cadetes: transitar por Campinas no horário de pico é missão quase impossível (Diogo Zacarias)

O novo normal no trânsito já trouxe seus reflexos para as ruas e avenidas de Campinas, que voltaram a registrar lentidões e congestionamentos que atrapalham a dinâmica da cidade e testam a paciência de motoristas e pedestres. A população tem enfrentado algo muito parecido com os gargalos anteriores à pandemia por covid-19, sem ter qualquer ação mais efetiva para a solução dos problemas por parte da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), responsável pela gestão do trânsito local.

Usuários e especialistas sugerem como medida mitigadora ao travamento do trânsito o uso dos recursos arrecadados com a aplicação de multas na realização de campanhas educativas para evitar acidentes e no desenvolvimento de intervenções físicas que permitam conferir maior fluidez ao tráfego, principalmente nos horários de pico. Os gargalos do trânsito voltaram a aparecer por causa da liberação de atividades econômicas, em vigor desde 17 de agosto. Com isso, muitas pessoas voltaram a trabalhar presencialmente e a participar de eventos sociais e de lazer.

O trânsito lento no início das manhãs e nos finais de tarde é comum nos principais corredores da cidade e também no Centro. As vias de ligação aos distritos do Campo Grande, Ouro Verde, Barão Geraldo, Sousas e Joaquim Egídio também vivem travadas. Apesar de o problema não ser novo, nenhum projeto mais efetivo foi implementado pela Emdec até hoje para melhorar o fluxo de veículos na cidade.

Luciana Soares Albuquerque, que faz entregas com motocicleta, disse que não tem mais tranquilidade nas ruas e que as pessoas estão até mais estressadas. "O trajeto que eu fazia em meia hora antes do final das restrições sanitárias agora leva mais de uma hora. Dobrou o tempo de percurso. Além disso, parece que as pessoas estão mais nervosas e impacientes com a demora no trânsito. Deveriam abrir novas alternativas de vias para desafogar os congestionamentos", sugeriu.

O motorista Rafael Roberto, que trabalha com transporte escolar, percebeu também que a movimentação no trânsito está provocando atrasos em função dos congestionamentos. "A pandemia não existe mais no trânsito. Todo mundo resolveu sair para tentar recuperar o tempo perdido e está uma loucura. Ninguém respeita o próximo. Com a abertura das atividades, as pessoas voltaram pior que antes da pandemia. A Prefeitura deveria investir o dinheiro da multa em campanhas no trânsito para ver se as pessoas respeitam mais. Além disso, deveriam criar novos acessos para dividir o fluxo", recomendou.

Diala Fernanda, demonstradora de produtos automotivos, disse que já teve muitos problemas no trânsito desde que a flexibilização. "Tenho que sair mais cedo e até mudei o horário no serviço para ver se consigo evitar os congestionamentos. Mesmo assim, o trânsito é intenso e complicado. A Prefeitura está preocupada apenas em multar e não apresenta solução para o trânsito", reclamou.

Principais eixos

A movimentação intensa de veículos é percebida principalmente em vias como Prestes Maia (acesso rodovias Santos Dumont e Anhanguera); Engenheiro Miguel Noel Nascentes Burnier (acesso rodovias Campinas-Mogi e Dom Pedro I); Lix da Cunha (acesso rodovia Campinas- Monte Mor); e Via Heitor Penteado (acesso ao distrito Sousas e rodovias Magalhães Teixeira e Dom Pedro I). Por ser a via mais extensa da cidade, a Avenida John Boyd Dunlop não foge à regra.

Os 13 km da avenida são o principal elo - em algumas situações o único - de ligação com o distrito Campo Grande, onde vivem cerca de 300 mil pessoas. Outro corredor vário bem movimentado é a Avenida das Amoreiras, que serve às pessoas que acessam ou deixam a região do Ouro Verde, que conta com 250 mil habitantes. Além delas, também estão na lista de locais congestionados a estrada dos Amarais e o Tapetão, que é uma extensão da rodovia Zeferino Vaz.

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