Projeto, anunciado há 4 meses pela Prefeitura de Campinas, não foi concluído
A Prefeitura de Campinas ainda não concluiu o estudo sobre as condições de segurança na estrutura do Viaduto Cury, iniciado em julho após a queda de um ônibus. O acidente deixou uma pessoa morta. Na ocasião, a Administração afirmou que o estudo seria importante para definir como poderia ser reforçada a estrutura do guard-rail. Ontem, passados quase quatro meses e um dia depois do quinto acidente no local neste período, o governo municipal voltou a informar que a proteção do viaduto será reforçada, mas ainda não sabe com qual tipo de material.O mais recomendado para o local seria construir barreiras de concreto, como as que são usadas nas rodovias. Porém, como o viaduto é muito antigo, com mais de 50 anos, os técnicos precisam ter certeza de que a estrutura suportará o peso dos blocos.Relatório elaborado pela Secretaria de Serviços Públicos e entregue para a Secretaria de Infraestrutura em janeiro deste ano já apontava que o guard-rail do Viaduto Cury não estava em condições de segurança para suportar o tráfego pesado, com a circulação de 60 mil veículos diariamente. O relatório mostrava ainda a necessidade de reformas na estrutura, com a correção das ferragens aparentes nas vigas que dão sustentação ao viaduto. A Prefeitura informou que foram feitos os reparos.Nos últimos três meses, foram registrados cinco graves acidentes no viaduto, com uma vítima fatal. Em julho, um Monza conduzido por um motorista alcoolizado se chocou contra o guard-rail. Poucos dias depois, um carro que fugia da Polícia Militar (PM) em alta velocidade caiu do viaduto. Neste mesmo mês, um ônibus despencou do elevado e um passageiro morreu. Em setembro, houve a queda de um motociclista, sobre uma barraca de frutas. Na noite de anteontem, um carro ficou pendurado entre o guard-rail e o barranco após colidir com um ônibus. O veículo foi retirado na manhã de ontem. RadarO especialista em trânsito José Almeida Sobrinho reforça a necessidade de melhorar a sinalização no local. Ele defende mecanismos para reduzir a velocidade e evitar novos acidentes. Depois desse quinto acidente, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) admitiu estudar a instalação de um radar no elevado.Em nota, a Prefeitura informou que o trecho comprometido com o acidente está devidamente sinalizado e monitorado por agentes da Emdec. Os reparos serão feitos assim que as condições climáticas melhorem, afirmou.O engenheiro civil e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Creso de Franco Peixoto disse que o local tem histórico de acidentes com queda de veículos. “Isso tipifica o que chamamos de ponto negro, que é um local onde tem concentração de acidentes e deve haver uma intervenção. O tipo de intervenção para esse tipo de caso é instalar um guarda-corpo de concreto padrão New Jersey”, afirmou. Segundo o engenheiro, se o viaduto tivesse uma proteção desse tipo, o carro não teria caído. “Outra interferência necessária seria a instalação de dispositivos atenuadores de velocidade. Uma das melhores soluções seria a lombada eletrônica.” Veja também Carro cai do Viaduto Miguel Vicente Cury É a quinta queda de um veículo no local em pouco mais de três meses; ninguém ficou ferido no acidente Obras mudam o cenário sob o Viaduto Cury Lixo revirado e barracas desapareceram da área que passa por revitalização no Ceasinha Óleo no asfalto faz motociclista cair no Viaduto Cury Ônibus do transporte público com vazamento foi identificado; homem foi levado ao PS São José com ferimentos nas pernas