POLÍCIA

Novo delegado propõe união de forças

Nestor Penteado Filho assume a 1ª Seccional e fala em parceria com a GM para driblar a alta de estrutura

Alenita Ramirez
14/06/2020 às 10:40.
Atualizado em 29/03/2022 às 08:25
O delegado Nestor Sampaio Penteado Filho vai trabalhar para equacionar as dificuldades à frente da 1ª Seccional de Campinas: defasagem de agentes em todo o Estado chega a 13.609 (Wagner Souza/AAN)

O delegado Nestor Sampaio Penteado Filho vai trabalhar para equacionar as dificuldades à frente da 1ª Seccional de Campinas: defasagem de agentes em todo o Estado chega a 13.609 (Wagner Souza/AAN)

O novo delegado da 1ª Seccional de Campinas, Nestor Sampaio Penteado Filho, anunciou que pretende firmar acordo de parceria com a Guarda Municipal (GM). Segundo ele, as duas corporações podem trabalhar de forma conjunta, como na atuação das guardas no cumprimento das medidas protetivas de urgência na Lei Maria da Penha e compartilhamento do fotocrim, por exemplo. A parceria seria uma das formas de driblar a falta de policiais civis nas unidades. Dados do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) de maio deste ano apontam que a defasagem de agentes em todo o Estado chega a 13.609. Somente de investigador são 3.666 vagas em aberto, seguida de 3.031 de escrivão. Entre os planos para equacionar as dificuldades com o deficit de pessoal, Penteado Filho citou a realização de um mapeamento da criminalidade na área de abrangência da seccional para indicar quais unidades que necessitam de maior reforço. Com base no estudo, seria direcionado recursos humanos dentro do quadro existente. Com esse remanejamento, o novo delegado pretende ampliar a força de investigação — que é a função primordial da Polícia Civil — e também a de Polícia Judiciária. “Forças unidas fazem o serviço público melhor. Em Campinas existe boa vontade e união entre as polícias”, enfatizou Penteado Filho. “Há uma carência muito grande de recursos humanos, não só em Campinas, mas em todo o Estado. E essa falta é em todas as funções, mas principalmente de escrivão que é o responsável por montar e tocar os inquéritos”, comentou. De acordo com Penteado Filho, o mapeamento será possível depois que passar a quarentena, uma vez que o isolamento social fez com que crimes de patrimônio, como roubo e furtos, reduzissem devido ao esvaziamento de pessoas nas ruas.Além do direcionamento de reforço, o delegado seccional também quer investir na chamada primeira investigação de crimes pelas unidades de território, que é o acompanhamento de policiais civis em ocorrências, inclusive em homicídios, roubos de cargas e tráfico de drogas. Com a implantação das delegacias especializadas, estes crimes deixaram de ser registrados nas unidades de território. “Todo criminoso tem sua marca, sua assinatura pessoal que deixa no local do crime. Se o policial territorial pega as primeiras informações, ele consegue descobrir o modus operandi do criminoso e consequentemente a identidade dele, contribuindo com a delegacia especializada. Às vezes nem precisa passar para a outra. Ele mesmo resolve. Temos que ter uma polícia territorial forte”, comentou Penteado Filho. Para o novo delegado seccional, os casos de homicídios, inclusive contra criminosos, terão o mesmo peso nas investigações. “Não importa. Todas são vítimas e têm uma família, uma mãe que chora. Vítima é vítima e a polícia tem que se empenhar para descobrir a autoria”, disse o delegado. Ação conjunta na cidade existia apenas de forma ‘camarada’ <CW18>O cruzamento de informações da Polícia Civil com a Guarda Municipal já foi realizado em Campinas apenas de forma “camarada” entre as corporações. Nestor Sampaio Penteado Filho, o novo delegado da 1ª Seccional, quer firmar um convênio que não só permitirá o compartilhamento de informações, como também agilizará o fornecimento de dados de ocorrências para a guarda. Segundo o secretário Municipal de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, Luiz Augusto Baggio, apesar da Polícia Civil não negar dados, hoje demora em média de dois a três dias para a liberação de um boletim de ocorrência. “A GM já ajuda as polícias no trabalho local, pois sabemos da falta de efetivo. Mas a firmação de uma parceria vai melhorar ainda mais, pois vai agilizar a coleta de informações”, frisou Baggio. No final do ano passado, a GM começou a testar na cidade câmaras de reconhecimento facial. Até agora, segundo Baggio, apenas a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) forneceu o banco de dados de foragidos em “saidinha”. “Com a parceria, a Polícia Civil vai fornecer o banco de dados dos procurados em processos. Então o sistema ficará completo”, frisou o secretário. “A GM de Campinas tem um trabalho muito bom com o uso de câmaras de segurança, sem contar que atua como uma Polícia Municipal”, frisou Penteado Filho. 

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