Dispositivo foi inventado pela Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp
Quem passar pelo dispositivo verá no monitor a mensagem e, em caso de febre, é orientado a procurar atendimento; por dispensar uma pessoa manuseando, o processo é mais seguro (Divulgação)
Da Agência Anhanguera (Com informações da Assessoria de Imprensa da Unicamp) Um dispositivo que permite aferir a temperatura corporal foi criado por um grupo da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) e já está funcionando na portaria da faculdade, informa a assessoria de imprensa da universidade. O protótipo, que alerta a comunidade acadêmica sobre um possível estado febril, um dos sintomas mais comuns da Covid-19, foi desenvolvido pelo professor da FEEC Leandro Tiago Manera, e pelos alunos e ex-alunos Sérgio Olivo, Alexandre Burche e Acaiene Cardoso Dourado. O sistema tem como vantagem o fato de dispensar uma pessoa para medir a temperatura, gerando mais segurança no processo. Além disso, o custo de produção foi pelo menos dez vezes menor que similares disponíveis no mercado. O professor Leandro explica que o dispositivo utiliza uma câmera, com uma matriz de 160x120 sensores, de alta sensibilidade, que mede a radiação infravermelha das pessoas. Quando a temperatura aferida está abaixo 37,5º, a tela exibe uma mensagem de “ok”. Caso esteja acima, a mensagem é “não ok”. A própria pessoa que passar pelo dispositivo verá no monitor a mensagem e, em caso de febre, é orientada a procurar atendimento. Radiação infravermelha “O princípio é quase o mesmo desses medidores comuns usados para medir a temperatura na testa e no braço. Mas o que estamos usando é como se fosse uma câmera de imagem que mede a radiação infravermelha da pele. Estamos usando uma matriz de muito mais pontos para medição de temperatura”, elucida. Por dispensar uma pessoa manuseando o equipamento, o processo de medição também é mais seguro. “É um sistema autônomo, então evita que uma pessoa esteja com um termômetro medindo a temperatura de todas as pessoas que estão passando ali, o que talvez seja até uma forma de propagação da doença”. declara. A pessoa passa na frente da câmara e já tem o resultado ali em cinco segundos. É uma vantagem em relação ao termômetro”, diz o professor. Após o teste do protótipo, que já está em funcionamento na FEEC, a ideia é que o dispositivo possa também ser desenvolvido para outras unidades da Unicamp. Uma patente da tecnologia, que havia sido criada em 2019 com o fim de diagnóstico de doenças em animais, está depositada na Agência de Inovação da Universidade, a Inova. A medição de temperatura, embora seja importante para o controle da Covid-19, não é ponto final do projeto, conforme explica Sérgio Olivo, que também atuou na criação do dispositivo. Em um período de tempo suficiente para criar um banco robusto de imagens, a ideia é realizar, através de inteligência artificial (IA), diagnósticos da infecção de garganta, que é um dos sintomas comuns da Covid-19. “Nas fases seguintes, usando esses dados que estamos coletando agora, esperamos que venham a compor uma base de dados e para que a gente possa depois alimentar algoritmos de IA para começar a fazer análises em duas frentes: identificação se a pessoa está com temperatura acima ou abaixo do normal e avaliação da garganta da pessoa. Esse protótipo que temos hoje é um mecanismo e um passo para chegar lá”, explica.