jardim santa lúcia

Nove são feridos em incêndio e atropelamento

Um incêndio ocorrido em apartamento, seguido por atropelamento, resultou em nove pessoas feridas no condomínio Santa Lúcia, na Rua Pedro Galhardi

Gilson Rei
24/06/2020 às 08:05.
Atualizado em 28/03/2022 às 22:46
Equipes de várias corporações do Estado de São Paulo garantiram o transporte das vítimas para unidades de saúde de Campinas e Sumaré; movimento desperta atenção na região e leva muitos populares para as ruas (Leandro Ferreira/AAN)

Equipes de várias corporações do Estado de São Paulo garantiram o transporte das vítimas para unidades de saúde de Campinas e Sumaré; movimento desperta atenção na região e leva muitos populares para as ruas (Leandro Ferreira/AAN)

Um incêndio ocorrido ontem em apartamento - seguido por atropelamento de uma viatura do Corpo de Bombeiros durante o socorro - resultou em nove pessoas feridas no condomínio Santa Lúcia, na Rua Pedro Galhardi, atrás do Extra Amoreiras e da Lojas Havan, no Jardim Santa Lúcia, em Campinas. Duas mulheres saíram do local em estado grave - sendo uma por queimaduras no incêndio e outra por fraturas diversas provocadas pelo atropelamento. As nove vítimas foram encaminhadas a hospitais de Campinas e Sumaré por helicópteros do Grupo Águia da Polícia Militar. Até o início da noite de ontem, não havia informação sobre o estado de saúde das pessoas feridas, nem para quais hospitais foram encaminhadas. Débora Ribeiro Rodrigues, de 33 anos, que foi atropelada em estado mais grave, foi levada para o Hospital Estadual de Sumaré pelo helicóptero Águia. Segundo familiares, ela não sente o movimento das pernas e permanece internada em estado estável. O incêndio ocorreu por volta das 13h30 no segundo andar do bloco 10, onde reside quatro pessoas: um casal, com uma filha de 20 anos e um filho de 1 ano. Desesperados com o incêndio a mulher e a filha de 20 anos resolveram pular do segundo andar pela janela da cozinha e foram amparadas por moradores que estavam na rampa que fica próxima ao apartamento. O homem pulou, depois de jogar a criança para os moradores que ampararam a queda da criança. O menino de 1 ano não teve ferimentos e as duas mulheres sofreram queimaduras, sendo a mais jovem com maior gravidade. O homem teve fratura na perna. Todos foram atendidos pelas equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que chegaram ao local em menos de 15 minutos. Uma equipe do Samu levou os feridos no incêndio até o estacionamento da Lojas Havan, onde um helicóptero do Grupo Águia já estava pronto para encaminhar as pessoas a alguma unidade hospitalar. Durante o atendimento das vítimas de incêndio, duas equipes do Corpo de Bombeiro chegaram para conter as chamas. O apartamento de dois quartos, uma sala, banheiro e cozinha ficou danificado por completo. A perícia da Polícia Civil vai avaliar as causas. O tenente-coronel Paulo Monteiro Filho, comandante do 7° Agrupamento de Bombeiros, disse que o socorro foi rápido. “Não houve propagação do incêndio. Foi contido em poucos minutos. Porém, quando chegamos as pessoas já tinham pulado e as dependências já estavam prejudicadas. Houve perda de móveis e aparelhos eletrônicos, entre outros pertences da família”, afirmou. Atropelamento O atropelamento ocorreu por volta das 14h, quando as vítimas do incêndio já estavam sendo atendidas no estacionamento do condomínio. Uma terceira viatura do Corpo de Bombeiros chegou ao local e, ao descer a rampa para acessar o estacionamento, perdeu o freio, atingindo seis pessoas que estavam no local. A viatura atingiu dois veículos e uma ambulância do Samu. Dentre as seis pessoas atropeladas havia uma criança, mas segundo a equipe do Corpo de Bombeiros, ela sofreu ferimentos leves. Uma mulher foi levada em estado grave, com muitas fraturas, mas não foi informado em qual hospital ela foi encaminhada. As outras quatro vítimas sofreram fraturas leves, segundo o Corpo de Bombeiros. Roseli Moreira Novaes, moradora do bloco 5, prima da vítima de atropelamento que está em estado mais grave, disse que espera a ajuda divina para que tudo ocorra bem no atendimento do hospital. “Ela saiu muito ferida e estou muito triste a amargurada porque na família já está sofrendo com a suspeita de Covid-19. Não sei como vou fazer para contar sobre o atropelamento a todos, que já estão abalados”, afirmou. Sobre a chegada da viatura que atropelou, o tenente-coronel Paulo Monteiro Filho, comandante do 7° agrupamento, disse: “Havia uma aglomeração de pessoas no estacionamento e tudo indica que houve falha no freio, mas a perícia vai confirmar”, revelou. Disjuntor eletromecânico pode ter provocado fogo A origem do incêndio será investigada pela perícia da Polícia Civil, mas já existem alguns indícios. Uma vistoria feita no apartamento destruído pelo fogo e as imagens feitas no local revelam um incêndio no disjuntor eletromecânico do apartamento, que pode ser um indicativo de pane elétrica no apartamento. A parede da sala está preta, com sinais mais fortes na região do disjuntor. O disjuntor eletromecânico funciona como um interruptor automático, destinado a proteger uma determinada instalação elétrica contra possíveis danos causados por curto-circuitos e sobrecargas elétricas. Outra constatação verificada dentro do apartamento foi na cozinha.  Não houve explosão de botijão de gás, nem de panela de pressão. Isto descarta a possibilidade de incêndio por estes dois motivos. Isto foi reforçado também na declaração de vários moradores do condomínio. Eles relataram também que não houve explosão no horário do incêndio. Apartamento do 2° andar fica totalmente destruído O condomínio Santa Lúcia tem 20 torres de cinco andares com 20 apartamentos em cada. Um morador do bloco 13, que preferiu não se identificar, disse que percebeu a ocorrência quando começou a ouvir gritos de socorro e viu pela janela uma correria e barulho dos moradores. “Não houve explosão de panela, nem de botijão de gás”, afirmou. “Depois, minha amiga de condomínio foi ao apartamento atingido pelas chamas e fez fotos com o celular. Lá dentro estava tudo queimado. Eles perderam tudo”, comentou. William Mendes de Lima, morador há sete anos, disse que estava no estacionamento conversando com dois moradores e percebeu a fumaça no prédio. “Corremos para o local e tentar ajudar. Ligamos para ambulância e bombeiros e eles chegaram rápido. Ajudamos no resgate dos moradores do apartamento, que pularam da janela da cozinha”, disse. “Depois ocorreu outro acidente com o atropelamento. Foi muito triste trágico”, afirmou. Andréia da Costa, porteira e moradora do condomínio, disse que ouviu a gritaria e os pedidos de socorro por volta das 13h30. “Dentro portaria, vi que estava tendo incêndio no segundo andar e liguei para o Samu e para o Corpo de Bombeiros. Achei estranho porque não houve explosão de botijão de gás, nem de panela de pressão. Ainda bem que o socorro veio rápido e agiu com eficiência. Chegaram em menos de quinze minutos e vi que as pessoas estavam pulando da janela”, afirmou. “Depois, escutei um barulho no estacionamento e, infelizmente, estava acontecendo o atropelamento no estacionamento. Foi uma correria danada. Muito trágico”, comentou. Confira o vídeo:

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