Auditório do Correio Popular foi palco da entrega de troféus para os três melhores projetos apresentados pelo jornal em cada uma das categorias, “Poder Público”, “Voluntários” e “Empresas”
Cerimônia de premiação foi realizada no auditório localizado na sede do Correio Popular (Rodrigo Zanotto)
O Grupo RAC e a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) premiaram, na tarde de ontem, 21, no auditório localizado na sede do jornal Correio Popular, os ganhadores do 18º Prêmio RAC/Sanasa de sustentabilidade e responsabilidade ambiental. Foram nove iniciativas premiadas em três categorias, Poder Público, Empresa e Voluntários, que desenvolvem projetos e ações voltados à preservação do meio ambiente e a expansão da educação ambiental, alterando positivamente a vida das comunidades impactadas pelos projetos. O Correio Popular publicou semanalmente matérias que destacaram essas ações, entre 2024 e 2025. Ao todo, foram 38 projetos avaliados por técnicos da Sanasa, que elegeram os três melhores para cada categoria.
Elaborada por ambas as empresas, a 18ª edição do prêmio promoveu ações concretas em prol da proteção ambiental, como destacou o presidente-executivo do Correio Popular, Ítalo Hamilton Barioni. “O planeta precisa de ações e atitudes que realmente possam mudar o nosso futuro, pois somos testemunhas diárias dessa necessidade de mudança.” Barioni reforçou a importância da parceria com a Sanasa para a realização das matérias. “É uma empresa-modelo, campeã no combate ao desperdício de água, que pode ser vista aqui com estas imagens maravilhosas dos 'Caras da Vala'”, exaltou o presidente-executivo, fazendo referência aos painéis dispostos no Espaço Cultural do Correio Popular. A exposição fotográfica sobre o dia a dia dos funcionários da Sanasa apresenta fotografias feitas pelo técnico em saneamento e fotógrafo, Charles Henrique da Silva, sobre o trabalho de manutenção dos sistemas de água e esgoto das equipes da empresa.
PODER PÚBLICO
Na categoria Poder Público, o primeiro lugar ficou com a Prefeitura de Nova Odessa, que desenvolveu um projeto para recuperar áreas degradadas e desenvolver a agricultura sustentável. Matheus Grolla Martins, secretário do Meio Ambiente de Nova Odessa, disse ser um orgulho muito grande receber o prêmio, pois ele reflete o árduo trabalho de envolver a comunidade na produção de alimentos saudáveis e, ao mesmo tempo, no restauro da mata ciliar da área, onde uma nascente deve ser recuperada. “É importante esse tipo de ação para a promoção da educação ambiental e para a mudança de paradigmas culturais em relação ao convívio com a natureza.”
A Câmara Municipal de Vinhedo ficou com o segundo lugar. O Legislativo da cidade adotou iniciativas ecológicas que dão exemplo ao cidadão. Em uma das ações, vereadores e servidores receberam garrafas térmicas, o que resultou em uma redução de 87% no uso de copos e demais recipientes plásticos.
Em terceiro lugar ficou o trabalho de educação ambiental e alimentar, chamado de “Alfabetização Ecológica”, do projeto Fazendinha Feliz. A ação da Coordenadoria de Assistência Técnica Geral (Cati) de Campinas existe desde 2011 e conta com diversas atividades, como plantio de hortaliças com crianças, preparação de receitas saudáveis e trabalho com plantas medicinais. De acordo com o engenheiro-agrônomo, Osmar Mosca Dias, que trabalha no Departamento de Extensão Rural do Cati, o projeto envolve ações com as crianças das escolas municipais, destacando a importância das abelhas enquanto principais agentes polinizadores. Dentro desse ambiente educativo, os pequenos aprendem como lidar com uma horta, que é de onde vêm os alimentos mais saudáveis, fundamentais para uma alimentação mais equilibrada. “Gostaria de compartilhar esse prêmio com os colegas da Cati que desenvolvem o projeto desde 2011. É um grande incentivo para que possamos continuar atuando.”
VOLUNTÁRIOS
Na categoria Voluntários, a primeira posição ficou com a organização não governamental Associação para Sustentabilidade e Meio Ambiente (Assuma Sustentabilidade), que atua em Joaquim Egídio. A entidade incentiva a interação da comunidade com a natureza. A organização foi criada para apoiar produtores rurais e proteger nascentes de água. Atualmente, a Assuma trabalha a educação ambiental com crianças e adultos. Uma das fundadoras da organização, Sandra Marques, e a presidente da ONG, a educadora ambiental, agrônoma e escritora Claudia Esmeriz, reforçaram que as ações da entidade colocam o ser humano como principal agente de impacto e de mudança para os problemas ambientais. “Trabalhamos com educação ambiental, fazendo com que as pessoas se sintam pertencentes e capazes de preservar a APA através de nossos projetos”, analisou Claudia. Para Sandra, a mudança de atitude das pessoas é fundamental para manter a esperança e concretizar as iniciativas de preservação ambiental, mesmo com as mudanças climáticas. “Nós não somos meio ambiente, somos o ambiente inteiro.”
Em segundo lugar foi premiada a organização Sociedade Humana Despertar, que capacita mulheres para o mercado de trabalho. Materiais que iriam para o lixo são reaproveitados e destinados a oficinas que fazem parte de projetos de inclusão produtiva em Sumaré. A presidente da organização, Teresinha de Barros, comemorou seu segundo prêmio conquistado. Ela avaliou que o trabalho abrange tanto a preocupação com o meio ambiente como a responsabilidade com os envolvidos no projeto, para que todos entendam a importância da ação no ambiente em que vivem.
A Fundação Eufraten de Campinas ficou em terceiro lugar por recuperar uma área devastada e transformá-la na Cidade do Autoconhecimento. A área de 43 mil metros quadrados, que já foi um lixão a céu aberto, agora conta com mais de três mil árvores e é palco de projetos de educação cultural, artística e ambiental. Carmem Lúcia, responsável pelas relações institucionais, faz parte da fundação há 30 anos. “Nós sabemos do suor e de cada lágrima que a gente colocou ali para cultivar aquele ambiente.” Ela reforçou todas as ações que envolveram a revitalização da área, hoje considerada um oásis na zona sul de Campinas. “É um exemplo para a comunidade de que era possível com as nossas próprias mãos transformar um ambiente inóspito. Hoje ele é ocupado pelas famílias, crianças e jovens que participam das atividades.”
EMPRESAS
Na categoria Empresas, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) de Campinas criou uma moeda social para incentivar a adoção de práticas sustentáveis. Os colaboradores recebem as moedas sociais ao entregar itens, como brinquedos e comprovantes de doação de sangue, e é possível trocá-las por produtos nas hortas criadas nas dependências do centro. Em segundo ficou a empresa Trading Care, que agrega produção industrial e cuidado com a natureza. A empresa fabricante de produtos químicos recicla 100% dos resíduos gerados. A empresa NagmoBio ficou em terceiro lugar por apostar em produtos biodegradáveis para atingir o lixo zero, utilizando o conceito de economia circular que é adotado em todos os processos da empresa, localizada em Santa Bárbara D’Oeste, mas com produtos comercializados em todo o país.
CONGRATULAÇÕES
O presidente da Mata de Santa Genebra, Rogério Menezes, constatou que os projetos geram um enorme impacto para a sociedade. As matérias publicadas ao longo das 18 edições ajudam a estimular a sociedade e mais pessoas a desenvolverem novas iniciativas que envolvem consciência ambiental. “Que essa iniciativa possa continuar nas próximas décadas cumprindo um papel social muito importante.”
Presidente da Sanasa, Manuelito Magalhães pontuou que a forma como a premiação é conduzida consegue destacar uma diversidade muito grande de ações voltadas para a responsabilidade social. Essas ações, de acordo com ele, são um compromisso da geração do presente para com as gerações do futuro. Magalhães destacou que mesmo quando a iniciativa é de uma empresa ou de uma ONG, ela é destinada a uma grande quantidade de pessoas. “Ao premiar as pessoas nós trazemos um grau de humanidade maior para a questão do compromisso ambiental.” O presidente destacou que o grande objetivo é chamar a atenção e alertar a sociedade sobre a importância da preservação do meio ambiente. “O trabalho da Sanasa está conectado com a preservação ambiental, com a garantia da segurança da água para as pessoas e a preservação dos cursos d’água tratando o esgoto.”
Representando a Prefeitura de Campinas, o secretário de Planejamento, Marcelo Coluccini, reforçou que há 17 anos as discussões sobre as mudanças climáticas ainda eram escassas. Por isso, o projeto RAC/ Sanasa é, desde então, muito importante para validar a importância de se discutir iniciativas em prol do meio ambiente. “Não é um simples prêmio, pois estamos falando de iniciativas que têm a capacidade de mudar o planeta, como exemplos de combate às emergências climáticas.” Ele reforçou que o mundo passa por um momento muito difícil, destacando as enchentes que ocorreram no ano passado no Estado do Rio Grande do Sul. “Sabemos que podem ocorrer outras tragédias semelhantes, e essas ações trazem mais resiliência sobre como devemos agir e diminuir nosso impacto no planeta.”
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