Atuações mais intensas junto com as prefeituras vêm conseguindo um ritmo de queda significativo, e 2017 fechou com um índice de 12,17 acidentes por milhão de quilômetros de via
Neves: negligência para com as comunidades por onde passam os trilhos vem sendo corrigida (Dominique Torquato)
Os investimentos feitos pela Rumo Logística, concessionária que gerencia 12 mil quilômetros de ferrovias, já reduziram os acidentes ao longo da malha. Atuações mais intensas junto com as prefeituras vêm conseguindo um ritmo de queda significativo, e 2017 fechou com um índice de 12,17 acidentes por milhão de quilômetros de via. A maioria das ocorrências é de atropelamentos e abalroamento em passagens de nível. O diretor executivo da empresa, Luciano Johnsson Neves, lembrou que durante muito tempo as comunidades por onde passam os trilhos foram negligenciadas. “As cidades foram crescendo, ocupadas com novos bairros que chegaram até as ferrovias, sem que houvesse um cuidado especial com a segurança. Como resultado, tivemos durante muito tempo um grande número de acidentes. Mas agora estamos conseguindo reverter essa situação”, afirmou. A Rumo, explicou, vem atuando junto com as prefeituras, criando projetos específicos em passagens de nível para pedestres onde ocorrem acidentes, que passam a contar com opções seguras para a travessia. Um desses projetos, que está prestes a ser implantado, é a construção de um viaduto para transposição da linha férrea na região central de Hortolândia. No final de janeiro, a parceria com a Prefeitura foi acertada. A obra unirá as avenidas Santana, no Jardim Amanda, e São Francisco de Assis, na Vila Real. Além de melhorar o fluxo de veículos, ela também vai facilitar o acesso entre as duas regiões e evitar acidentes entre veículos e trens. O viaduto terá também uma passagem de pedestres em ambos os lados e ciclovia em uma das laterais. Em Campinas também há obras em parceria com a Prefeitura - a concessionária fornece o material e o projeto e a Prefeitura executa as passagens de nível para pedestres, o que, segundo o diretor, vem se mostrando eficaz na redução de acidentes. Além dessas ações diretas, disse Johnsson, a empresa - que transporta commodities agrícolas e produtos industriais - também investe forte na mecanização dos serviços e em inovação e tecnologia para garantir que os trens circulem com toda a segurança necessária. Serviços como detecção de trilhos quebrados e lubrificação de trilhos (que reduzem em 50% a chance de um vagão descarrilar) já são feitos mecanicamente. A Rumo é a maior operadora logística com base ferroviária independente da América Latina e seu contrato de concessão tem vigência até 2028 - mas a companhia já discute com o governo a extensão por mais 30 anos do contrato. O plano de investimentos de R$ 4,7 bilhões propostos para a Malha Paulista, que junto com a Malha Norte responde pelo escoamento de grande parte da produção agrícola de Mato Grosso até o Porto de Santos, propiciará ganhos significativos em termos de capacidade de transporte da Malha Paulista, passando dos atuais 35 milhões de toneladas para cerca de 75 milhões de toneladas ao ano. Ao longo dos quase 2.000 quilômetros de extensão da malha, serão realizadas duplicações de trechos, ampliação de pátios, modernização de vias e obras para mitigar os conflitos urbanos entre a ferrovia e os municípios que ela atravessa. A ideia é aumentar não apenas a capacidade de transporte, mas também a segurança. A empresa planeja ainda adquirir 196 locomotivas e 2.575 vagões.