É a previsão do sindicato local do Comércio Varejistas de Derivados de Petróleo
Fila para abastecimento em posto situado na Avenida General Carneiro (Thomaz Marostegan)
Com a desmobilização dos caminhoneiros na região, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas (Recap) acredita que o abastecimento de combustíveis em Campinas e Região deve ser normalizado até o final de semana. Todos os 1,4 mil postos, localizados nas 90 cidades que compõem a base do Recap solicitaram produtos junto às companhias distribuidoras. O momento agora é o da logística de entrega. Alguns postos tem veículos próprio que são carregados e outros dependem das distribuidoras entregarem. Em virtude da alta demanda e do rápido escoamento do produto, os postos têm de ser abastecidos várias vezes. Lembrando que todos eles passaram vários dias secos. Em uma situação convencional, os postos recebem combustíveis uma vez a cada dois dias, dependendo da rotatividade de cada estabelecimento. Segundo Fábio Sassaki, diretor do Recap, houve uma melhora quarta-feira à tarde com a entrega de combustíveis sem necessidade de escolta no entorno da Replan, em Paulínia, mas o cenário ainda está longe do ideal. Ele afirma que ainda há muitos motoristas das empresas credenciadas que não voltaram ao trabalho por motivo de segurança. Na última terça, o Recap informou que 25 dos 173 postos de Campinas receberam combustível. Quarta-feira, o sindicato não divulgou um novo balanço. O aposentado Adilson Maia, de 76 anos, estava a algumas quadras de sua casa, na Vila Industrial, em Campinas, no final da manhã de terça-feira, quando a reserva do seu tanque deu sinais de que o veículo não chegaria à garagem. Como estava perto de um posto na Avenida Sales de Oliveira, ele decidiu parar e aguardar o abastecimento do local, já que a proprietária alegou que chegaria combustível no período da tarde. Ele estava com a mulher, que faz tratamento de artrose todos os dias em um hospital particular da cidade. “Paguei R$ 40,00 para que um Uber a levasse com segurança pra casa e fiquei aqui. Mas chegou 19h e o funcionário do posto avisou que o caminhão não tinha conseguido sair da Replan e talvez só hoje (quarta-feira) chegaria”, contou. Diante da pane seca iminente, Maia decidiu passar a noite no local. Ele era o primeiro e a fila se estendia por mais duas quadras. Com a notícia do desabastecimento, a maioria dos motoristas foi embora e o aposentado e outros seis motoristas que já estavam na reserva decidiram aguardar. “Dormi no carro e valeu a pena. Eu não tinha outra solução”, falou Maia. Sua longa espera terminou por volta do meio-dia, quando um caminhão-tanque chegou ao local com 15 mil litros de gasolina, etanol e gasolina aditivada. Nesse horário, a fila já dobrava duas quadras. As longas filas também seguiam em postos onde havia a promessa de chegar combustível em diversos pontos da cidade, o dia todo, inclusive em vias urbanas como a Av. Engenheiro Carlos Stevenson, que liga Campinas a Valinhos, e a marginal da Via Anhangüera.