INDÚSTRIA

No semestre, só 700 vagas abertas

Resultado fraco na região aponta para perda de fôlego no emprego, agravado pela baixa qualificação

Adriana Leite
aleite@rac.com.br
17/07/2013 às 08:09.
Atualizado em 25/04/2022 às 08:39

A indústria da região de Campinas encerrou o primeiro semestre com um saldo positivo de apenas 700 contratações. Entre as quatro regionais do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp),o pior resultado do período foi registrado na de Campinas, com 2.350 trabalhadores demitidos. O melhor veio da Regional de Indaiatuba, com 1.400 admissões.

Com relação apenas ao mês de junho, as quatro regionais do Ciesp - que abrangem cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) - registraram a perda de 2 mil empregos - 1.900 deles só em Campinas. Em Americana, foram dispensados 200 trabalhadores. As poucas contratações vieram da Regional de Indaiatuba, com 50 vagas, e Santa Bárbara d’Oeste, com outras 50.

No acumulado de 12 meses, o setor demitiu 10.050 trabalhadores. Nesta comparação, a única Regional com saldo positivo foi a de Santa Bárbara d’Oeste, onde foram admitidas mil pessoas.

A gerente regional da ManpowerGroup, Bianca Machado, afirmou que a indústria deu uma pisada no freio das contratações nos últimos meses. “Houve uma leve retração na oferta de vagas, mas o setor continua como um grande empregador e continua sentindo a falta de mão de obra técnica qualificada”, disse.

Ela ressaltou que há um descompasso entre a formação dos jovens e as necessidades do

mercado de trabalho. “Os jovens estão preocupados em ter uma formação universitária, mas nem sempre o curso escolhido é o que a indústria necessita”. Daí, segundo ela, a importância do ensino técnico.

“Há vagas que ficam meses sem serem preenchidas. Muitas vezes, a empresa tem que flexibilizar as exigências para conseguir contratar. E isso para áreas técnicas que pagam salários iniciais entre R$ 1.200,00 e R$ 1.500,00 para um jovem recém-formado”.

Dificuldade

O empresário Messias Ramos Martins sente na pele essa dificuldade de encontrar trabalhadores experientes e qualificados. Proprietário de uma fábrica de coifas e churrasqueiras, ele disse que tem que treinar por conta própria os funcionários.

“Estamos em expansão, mas é complicado encontrar gente qualificada. O caminho tem sido formar nossos profissionais”. Martins afirmou que a empresa emprega dez pessoas entre a fábrica e a loja da Camp Coifas. Com a concorrência acirrada, é preciso oferecer produtos de qualidade para ganhar o consumidor - e isso, por sua vez, exige mão de obra especializada.

O empresário comentou queprofissionais como polidor de aço inox e soldador são cada dia mais difíceis deserem encontrados.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por