RESPIRO

Nível do Cantareira sobe mesmo sem chuvas

O Cantareira subiu mais de dez pontos percentuais em um mês. No dia 20 de maio o manancial estava com 35,7% da capacidade do volume útil

Bruno Bacchetti
20/06/2016 às 21:11.
Atualizado em 22/04/2022 às 23:52

Mesmo com a trégua da chuva nos últimos dias, o Sistema Cantareira registrou alta no final de semana pelo quarto dia consecutivo. Nesta segunda, o sistema estava com 47,2% da capacidade de armazenamento do volume útil, segundo dados divulgados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Considerando o volume morto, o sistema opera em 76,5% da capacidade. O Cantareira subiu mais de dez pontos percentuais em um mês. No dia 20 de maio o manancial estava com 35,7% da capacidade do volume útil. O Rio Atibaia, manancial responsável pelo abastecimento de 95% de Campinas, está com vazão de 31,17m³/s no ponto de captação da Sanasa, em Valinhos. A vazão do rio está mais que o dobro da média histórica do mês, que é de 15,84m³/s. As altas no principal reservatório de água do Estado e no Rio Atibaia foram impulsionadas pela chuva incomum para a época nas últimas semanas. Até nesta segunda, o sistema contabilizou 178,3 milímetros de chuva em junho, mais de três vezes a média histórica do mês, que é 58,1mm. Nos 20 primeiros dias de junho do ano passado, o Cantareira recebeu somente 34,4mm de chuva. “Temos que pensar sempre na média móvel dos últimos 12 meses, não se pode trabalhar com a expectativa mês a mês. Este ano o cenário está muito superior à crise hídrica de 2014 e 2015. Não é um céu de brigadeiro, mas é uma situação confortável para passar o ano. Essa estiagem está sob controle”, avaliou Francisco José de Toledo Piza, professor de engenharia hídrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Se o volume de chuvas deste ano se manter em 2017, ele acredita que os reservatórios voltarão à situação de normalidade. No entanto, o especialista ressalta que a população precisa continuar fazendo o uso racional da água para não passar por crise no abastecimento como as ocorridas nos últimos anos. “A população tem que manter esse nível de demanda, continuar fazendo o uso racional para evitar o desperdício”. Além do Cantareira, os Sistemas Alto Cotia e Rio Claro - os dois mais cheios da Sabesp - registraram alta no volume armazenado e operam com 100,5% e 101,4% da capacidade, respectivamente. Há uma semana, os sistemas estavam operando com 95,7% e 94,9% da capacidade. Já o Alto Tietê está com 47,9% da capacidade, contra 39,2% do mês anterior. Os porcentuais consideram o volume morto do sistema. Por sua vez, o Guarapiranga, usado para socorrer o Cantareira durante a crise hídrica, subiu quase 20 pontos porcentuais nos últimos 30 dias e operou ontem com 94,4%, ante 77,4% há um mês. Depois de alguns dias de estabilidade, a chuva pode voltar a Campinas nesta terça. De acordo com previsão do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), a entrada de uma frente fria deixa o tempo nublado, com possibilidade de pancadas de chuva. Amanhã podem ocorrer chuvas fortes e temporais e a temperatura deve voltar a cair.

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