na RMC

Nível de emprego na região de Campinas aumenta 20,3% em maio

No período, foram criados 984 postos nesse segmento, porém, índice está abaixo do ideal

Isadora Stentzler/ [email protected]
01/07/2022 às 08:56.
Atualizado em 01/07/2022 às 08:56
Segmento que apresentou a maior alta de vagas na Região Metropolitana de Campinas foi o da Construção Civil, de 76,90% na comparação com abril (Gustavo Tilio)

Segmento que apresentou a maior alta de vagas na Região Metropolitana de Campinas foi o da Construção Civil, de 76,90% na comparação com abril (Gustavo Tilio)

O setor de serviços puxou a geração de empregos em Campinas no mês de maio, criando 984 novos postos de trabalho no período, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem. Apesar disso, o município apresentou queda no índice geral de empregabilidade de 17,14% em relação a abril. Na contrapartida, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) registrou um salto de 20,3% de novos postos de serviço, sob a liderança do setor da construção civil. 

Segundo os dados, em maio deste ano foram criados 1.808 postos de trabalho em Campinas, enquanto em maio de 2021,1.826 (-0,99%). Os segmentos de Indústria, Comércio e a Construção Civil reduziram juntos em 6,62%, porém, a Agropecuária e os Serviços cresceram 80,94% em relação a maio de 2021, sendo este último responsável por 984 das 1.808 novas contratações registradas no mês de maio de 2022 – o maior número absoluto de novas vagas para o período.

Na RMC

Já na Região Metropolitana Campinas (RMC) foram gerados 6.429 postos de trabalho em maio de 2022, 30,70% a mais do que no mesmo mês do ano passado, quando o total foi de 4.919.

O setor que apresentou a maior alta na Região Metropolitana de Campinas (RMC) foi o da Construção Civil, de 76,90% na comparação com abril. Por outro lado, em Campinas, o segmento apresentou queda de 13% nas vagas geradas. O Comércio aparece em segundo lugar, com uma expansão de 36,52% na RMC e de 18,66% em Campinas. 

Já entre os indicadores que caíram, a maior redução constatada no município foi na Indústria de Transformação. Foram 143 novas vagas em maio de 2022, 31,90% a menos do que em abril do mesmo ano, quando foram criados 210 novos postos de trabalho. 

O salário médio de admissão em maio deste ano também caiu e registrou a média de R$ 1.898,02, valor 1,05% menor do que o de abril.

O frentista Moisés Carvalho de Matos, de 42 anos, foi uma das pessoas que endossou as estatísticas do setor de serviços. No mês passado, após nove meses desempregado, ele conquistou uma vaga de emprego em um posto de gasolina. Com dois filhos, ambos com menos de 10 anos, conquistar uma vaga no mercado de trabalho é sinônimo de transformação de vida, uma vez que deixou os serviços irregulares, os “bicos”, para um trabalho registrado. 

Indústria em baixa

Segundo a economista Eliane Rosandiski, do Observatório da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, a liderança de geração de empregos, puxada pelo setor de serviços, acompanha um movimento econômico de recuperação do pós-pandemia. No entanto, a queda no índice geral de empregabilidade está aliada à falta de emprego nos setores industriais e, como em uma cadeia, se sustenta pelo baixo valor dos salários. 

“Existe uma recuperação da economia. É inegável que estamos tendo um movimento puxado pelo setor de serviços que está reconfigurando a dinâmica local. Por que eu falo de reconfigurar a dinâmica? Porque temos, principalmente em Campinas, uma estrutura focada em serviços de tecnologia e informação que, consequentemente, no pós pandemia, encontrou um nicho de oportunidade para crescer”, explica a economista.

A gestora do Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CPAT) de Campinas, Camila Garrido Pereira apontou que esse reflexo foi visto nas vagas ofertadas pelo Centro. “São vagas que deixaram de existir na pandemia e que agora estão voltando. Que são os setores de bares, restaurantes, hoteleiro e de eventos”, aponta. 

Na contrapartida, embora o setor de serviços tenha contratado mais, os salários não subiram e a falta de poder de compra, aponta Eliane, impactou na produção industrial, que não encontra espaço no mercado para escoar a produção, logo, contrata menos. 

Na perspectiva da economista, será preciso ainda um esforço conjunto de multifatores para que o desemprego e a queda no índice de empregabilidade sejam revertidos.

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