Parlamentar, que é da base de sustentação do atual governo, acredita que as ações voltadas à terceira idade na cidade são “muito tímidas”
Vereador integra a Comissão Processante que avalia a possibilidade de cassação do mandato de Vini Oliveira (Cidadania) (Kamá Ribeiro)
A Prefeitura de Campinas oferece um serviço muito tímido para o atendimento à população idosa da cidade. Isso acontece em meio ao aumento de casos de violência contra as pessoas da terceira idade no município e a projeção de que a maioria dos habitantes locais seja composta por indivíduos acima dos 60 anos nas próximas décadas. Segundo o vereador Nick Schneider (PL), um planejamento precisa ser realizado para que mais equipamentos públicos sejam ofertados aos idosos. O parlamentar, que faz parte da base de sustentação do prefeito Dário Saadi (Republicanos) na Câmara Municipal, tem no fortalecimento da atenção aos idosos uma de suas bandeiras políticas e defende o envolvimento do terceiro setor com a temática como uma das possíveis alternativas.
Luís Henrique da Silva Schneider, mais conhecido como Nick Schneider, foi eleito vereador no ano passado com 7.993 votos, em sua primeira candidatura. Foi o quinto mais votado na cidade e o primeiro do PL. Nascido e criado no Jardim Garcia, filho de Fátima e do ex-vereador Jorge Schneider, Nick é formado em Administração e possui pós-graduação em Gestão Pública, ambos pela PUC-Campinas. Casado e pai de dois filhos, é católico praticante, membro da Comunidade Católica Pantokrator e da Renovação Carismática Católica de Campinas.
O parlamentar acumulou experiência em diferentes setores, tanto na iniciativa privada quanto no setor público, ocupando funções de destaque, como diretor na Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo, superintendente da Fundação Municipal de Habitação e secretário de Administração e titular da pasta de Esportes e Lazer em Louveira, além de atuar como secretário adjunto de Esportes na Prefeitura de Hortolândia e assessor parlamentar na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Além disso, foi coordenador de todas as campanhas do pai para vereador em Campinas, que permaneceu por cinco mandatos consecutivos na Câmara Municipal.
De perfil conservador e alinhado à direita, Nick tem 45 anos de idade, é casado há 19 anos, tem dois filhos e pratica várias atividades, desde o futebol amador e tocar bateria, até cozinhar. Ele disse defender a vida e a família na entrevista concedida ao Correio Popular. Ele participa de várias comissões na Câmara de Campinas, como a Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, a Comissão para os Assuntos de Segurança Pública e a Frente Parlamentar de Acompanhamento à Implantação do Trem Intercidades, todas presididas por ele. "Mas eu não me classifico como um radical de direita ou alguém que quer eliminar a esquerda. Eu acho que não é por aí", afirmou.
O vereador também comentou sobre as mudanças na maneira de se fazer política, considerando os embates mais acalorados atualmente, além da influência das redes sociais no processo eleitoral. Nick relembrou ainda o momento em que decidiu se candidatar ao Legislativo local, e o processo vivido na Câmara acerca da possibilidade da cassação do mandato do vereador Vini Oliveira (Cidadania). Nick é integrante da Comissão Processante que pode resultar na retirada do mandato do vereador. "Acho que ele errou. E vi no depoimento da denunciante que ela sofreu muito com o que aconteceu. Mas respeito os mandatos. Mesmo eu entendendo que ele deve ser responsabilizado, não vejo a cassação como o caminho mais adequado. Esse tema deveria ser encaminhado para a Corregedoria aplicar as sanções possíveis e previstas no regimento da Câmara".
Vereador, qual a sua origem? Sempre viveu no Jardim Garcia?
Sou nascido e criado no Jardim Garcia. Morei em duas casas lá. Primeiro em um apartamento no Condomínio Raul Renato e depois na Rua 4. É um bairro historicamente de classe média. E grande parte da minha trajetória está ali, com meus pais e muitos amigos. Tenho um vínculo muito grande com a associação de moradores e com a comunidade católica, que inclusive tem o Santuário Nossa Senhora de Guadalupe na região, na Vila Castelo Branco.
Ou seja, tem um vínculo muito grande com o bairro do Jardim Garcia…
Não só com o bairro, mas com toda a região. Acredito que os vereadores possam ter ligações fortes com suas bases, mas não podem ser bairristas. Na Câmara precisamos olhar para toda a cidade, independentemente da origem de cada parlamentar.
E como foram as mudanças na região, e na cidade como um todo, desde a sua infância, vereador?
Lembro de muitas histórias que meu pai me contou do passado da região, e inclusive das minhas próprias memórias de quando eu era criança. A Avenida John Boyd Dunlop tinha faixas simples para os veículos, e era feita de terra. E hoje ela está totalmente diferente, pavimentada, com várias faixas e acessos. O progresso viário na região foi muito intenso nas últimas décadas. E também percebi a implantação de vários empreendimentos imobiliários, escolas particulares, entre outros dispositivos de serviços privados e públicos para a população. Foi um desenvolvimento notório. E acho que os moradores da região acompanharam esse processo de desenvolvimento, a partir de tudo o que foi implantado ali. E isso faz parte da missão do poder público, que é levar a educação e incentivar o desenvolvimento das pessoas tanto na parte material como na qualidade de vida.
Nick, pode falar sobre a sua experiência profissional na iniciativa privada, como formado em Administração, e como foi o começo da sua trajetória na vida pública?
Sim, claro. Eu trabalhei no setor comercial da Ambev e também em uma entidade que fazia consultoria e captação de recursos financeiros para entidades públicas, como prefeituras. Acho que foi aí que peguei gosto pela coisa pública. Na época meu pai nem era vereador, inclusive. Eu aprendi muito na época, pois eu nem sabia que o significava a expressão "contrapartida".
E qual foi a participação do seu pai nesse processo de ingressar na política? E essa influência aconteceu mesmo?
Coordenei todas as campanhas do meu pai, desde a primeira eleição dele, em 2004. Fui chefe de gabinete dele por um tempo, então sempre vivi os bastidores da política desde aquela época. Essa oportunidade que ele me deu foi muito importante para a minha trajetória de vida. Quando eu saí de lá, fui convidado pelo PTB para me tornar diretor da Secretaria de Esportes do Estado. Na época viajei por todo o território paulista para acompanhar as atividades da pasta, com os jogos do interior e os jogos regionais. Alguns anos depois fui chamado para trabalhar na gestão municipal de Louveira, com o Junior Finamore, pai do atual prefeito inclusive. E depois em Hortolândia, com o saudoso Angelo Perugini. Mais adiante trabalhei também na Assembléia Legislativa, com o Rafa Zimbaldi, a Valéria Bolsonaro e, quando ela saiu para assumir como secretária estadual, fiquei um tempo com o suplente dela, o André Bueno.
E como foi a experiência de conviver com políticos de espectros ideológicos tão diferentes?
Não nascemos com as nossas convicções políticas, mas vamos desenvolvendo essas convicções ao longo dos anos. No meu caso, desenvolvi a minha crítica sobre a política, inclusive. Mas eu não me classifico como um radical de direita ou alguém que quer eliminar a esquerda. Eu acho que não é por aí. E estou muito confortável no PL, considerando os meus pensamentos e os pensamentos do partido.
Para conferir a entrevista na íntegra, assine o Correio Popular.