Natal será modesto para temporários

Neste ano de pandemia, além de todas as mortes causadas pela Covid-19, o Município tem outro dado preocupante para lamentar: a queda na contratação de temporários para o setor de Comércio e Serviços no final do ano. Segundo levantamento do departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), a contratação de mão de obra temporária para o Natal deve ser 23,45% menor do que no ano passado, tanto no Município quanto na Região Metropolitana de Campinas (RMC). No ano passado foram contratados 7.080 trabalhadores em Campinas, mas neste ano o número não deve passar de 5.420. A expectativa é baseada na taxa de crescimento do número de desempregados de 2020 em relação a 2019. De acordo com o levantamento, em Campinas, os shoppings serão os responsáveis pelos maiores números, com 3.055 contratações. Ainda assim, 22,8% abaixo dos 3.957 do ano passado. Em seguida vem o comércio central com 1.245 temporários ante 1.887 em 2019, uma retração de 34,02%. Por fim, os supermercados devem empregar 1.120 pessoas. Porcentual 9,39 abaixo dos 1.236 registrados no ano passado. Já na RMC, os shoppings devem contratar 5.765, uma redução de 22,42% ante os 7.431 admitidos como temporários no ano passado. O comércio central deve abrir 2.835 vagas temporários, queda de 33,98% na comparação com as 4.294 vagas abertas em 2019. Já os supermercados vão contratar 2.540 pessoas, 9,93% menos que as 2.820 no ano passado. Os três segmentos devem contratar 11.140 pessoas no total, o que representa uma redução de 23,41% em relação aos 14.545 admitidos na RMC no ano passado. De acordo com o economista Laerte Martins, diretor da Acic, o número poderia ser ainda pior. "Em 2015 tivemos uma queda em torno de 40% na contratação de mão de obra temporária. Foi bem quando deu aquela crise grande na economia. Naquela oportunidade foi a maior queda que tivemos até hoje na contratação de mão de obra temporária. Portanto, os 23% de agora até que dão uma perspectiva positiva. É praticamente metade do que foi naquele período e lá não tinha pandemia", destaca. Segundo ele, apesar de o número de contratações ser menor, a perspectiva é positiva. "Agora temos a pandemia e mesmo assim o impacto está sendo menor. Numa visão mais ampla significa que a queda deveria ser bem maior ainda. Mas a economia está começando a se recuperar, principalmente no comércio, com um retorno da atividade econômica, com a redução da pandemia", avalia. Black Friday A expectativa da Acic é que a Black Friday movimente R$ 650 milhões na RMC este ano, impulsionada principalmente pelo e-commerce. Esse montante representará 35,5% no faturamento do comércio, quando comparado a 2019, quando foram faturados R$ 480 milhões. De acordo com Martins, 60% das vendas devem ser realizadas on-line e 40% nas lojas físicas. A data pode se transformar na segunda mais importante do ano para o setor, ficando atrás apenas do Natal. O "ticket médio" estimado é de R$ 600 praticamente o mesmo de 2019. Apenas em Campinas, a movimentação da Black Friday de 2020 deve representar cerca de R$ 292,5 milhões, uma expansão de 35,4% sobre o faturamento de 2019, sendo que o e-commece deve representar 62,5% das vendas on-line. Os produtos mais procurados na Black Friday deste ano devem ser smartphones, aparelhos de televisão, eletroeletrônicos em geral, vestuário e calçados, livros, brinquedos, e produtos importados, como videogames, câmeras fotográficas e filmadoras. O evento de 2020 traz novas expectativas para o comércio, em um ano que foi afetado fortemente pela pandemia do Covid-19, principalmente para as vendas on-line, considerando que o e-commerce se expandiu 47% no primeiro semestre deste ano no Brasil e mais de 60% em Campinas e Região. Embora oficialmente realizada na última sexta-feira do mês - este ano, no dia 27 de novembro - a Black Friday deve ser antecipada, como vem acontecendo já há alguns anos, e durar uma semana ou mais.