arte sacra

Museu volta à Catedral em 2021

Desde 2015 no Palácio Episcopal, custo de manutenção tornou-se inviável no prédio da Nova Campinas

Maria Teresa Costa
13/10/2020 às 07:45.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:16
Com redução drástica dos recursos provenientes das visitações por conta da pandemia, Museu de Arte Sacra de Campinas será instalado na Catedral em 2021 (Wagner Souza/AAN)

Com redução drástica dos recursos provenientes das visitações por conta da pandemia, Museu de Arte Sacra de Campinas será instalado na Catedral em 2021 (Wagner Souza/AAN)

O Museu de Arte Sacra de Campinas vai voltar para a Catedral de Campinas. Instalado desde o final de 2015 no Palácio Episcopal, na Nova Campinas, os custos para a manutenção tornaram inviável a permanência no prédio, porque, com a pandemia, não está havendo visitação e as receitas caíram, gerando prejuízo mensal. O retorno à Catedral está previsto para o próximo ano. Além disso, o Cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento, que ocupa 30% da área do Cemitério da Saudade, vai passar por reforma. O provedor da Irmandade, Sérgio Matheus Garcez, disse que apenas famílias pertencentes à irmandade podem ser sepultadas no local, que é patrimônio histórico de Campinas e um museu a céu aberto. Nesse cemitério estão sepultadas muitas personalidade da história da cidade, entre barões, monarquistas, republicanos, políticos, como por exemplo, o presidente Campos Sales. Será feito, segundo ele, um recadastramento das pessoas sepultadas nessa área para a identificação das famílias. Quem não integra a Irmandade, terá a opção de passar a fazer parte, mas as que não quiserem, precisarão exumar os restos mortais e transferi-los para outras sepulturas fora da área. A Irmandade, segundo o provedor, também vai notificar as famílias para que restaurem as sepulturas, grande parte delas em mármore carrara. “Esse cemitério é uma riqueza cultural da cidade, é patrimônio tombado e precisamos preservá-lo”, disse. Eventualmente, segundo ele, a entidade poderá contribuir na recuperação das sepulturas. Já o Museu de Arte Sacra voltará à Catedral, e será instalado no terceiro piso do templo, incluindo a sala do sino e a salão atrás do órgão. O acervo é formado por cerca de 2 mil peças, entre esculturas, quadros, utensílios religiosos, móveis dos séculos 18 a 20, biblioteca com obras raras, partituras musicais, coleções de jornais antigos e cartas pastorais dos bispos campineiros e paulistas. Cerca de 70% do acervo pertencem à Irmandade do Santíssimo Sacramento que foram cedidas ao Museu Arquidiocesano, segundo o provedor Sérgio Matheus Garcez. ”O Museu da Irmandade passou 40 anos andando de um lado para outro e agora vamos trazê-lo para a Catedral, com acréscimo de peças que pertencem ao Museu Arquidiocesano”, disse Garcez. Esse museu foi fundado em 1967, por d. Paulo de Tarso Campos. Procissão de entrada na missa das 9h30 retorna no domingo A partir de domingo, a Irmandade do Santíssimo Sacramento vai retomar a procissão de entrada nas missas das 9h30 na Catedral de Campinas, que foi suspensa desde março, por causa da pandemia. Foi a primeira vez na história da Irmandade na cidade que essa procissão foi suspensa. “Em 173 anos, foi a primeira vez que a procissão foi suspensa. Isso não ocorreu nem na febre espanhola, nem na febre amarela”, disse o provedor Sergio Matheus Garcez. Nessa procissão, as mulheres usam uma fita no pescoço e os homens usam opa, espécie de colete longo aberto, em cima da roupa. Fundada no início do século 19, a irmandade tem hoje 694 membros. É uma associação religiosa, formada por católicos praticantes que prestam e mantêm o culto de adoração ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia, dando público testemunho de amor, crença e vivência cristã.

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