FIM DOS TAPUMES DE MADEIRA

Muro com gradil de 3,5 metros cercará Cemitério da Saudade, em Campinas

Setec promete segurança e visual mais interessante no centenário do campo-santo

Henrique Oliveira/ [email protected]
02/12/2022 às 08:33.
Atualizado em 02/12/2022 às 08:33
Trecho do centenário muro do Cemitério da Saudade, que desabou em março: local foi provisoriamente cercado com tapumes de madeira (Rodrigo Zanotto)

Trecho do centenário muro do Cemitério da Saudade, que desabou em março: local foi provisoriamente cercado com tapumes de madeira (Rodrigo Zanotto)

A Prefeitura de Campinas anunciou na quinta-feira (1) duas obras para o início de 2023, que vão contemplar melhorias e reparos no Cemitério da Saudade, no bairro da Ponte Preta, e Viaduto Miguel Vicente Cury, na região central da cidade. A primeira intervenção será a construção de um novo muro em toda a extensão do cemitério, recuperando, inclusive, a parte que desabou em março e que encontra-se fechada, provisoriamente, com tapumes de madeira. A segunda obra se refere à recuperação das juntas de dilatação do Viaduto Cury, que liga o Centro da cidade aos bairros das regiões Sul e Sudoeste e rodovias Santos Dumont e Anhanguera. As licitações para a execução das obras foram publicadas na edição de quinta-feira do Diário Oficial do Município.

Localizado no bairro da Ponte Preta, o centenário cemitério municipal com suas mais de três mil sepulturas receberá um novo muro de 1.076 metros de extensão que substituirá o atual, margeando toda o campo-santo ao longo das ruas Abolição, Luiz Cappa e Avenida da Saudade. De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Públicos, o projeto do novo muro contemplará uma configuração diferente da atual. A parte de alvenaria terá somente 1,5 metro de altura e, acima dela, será instalado um gradil de dois metros de altura. Dessa forma, a altura total do muro será de 3,5 metros e, quando pronto, toda a extensão receberá o plantio de cerca viva.

No dia 30 de março deste ano, parte do muro do cemitério desabou e abriu um rombo no trecho da Avenida Engenheiro Antônio Francisco de Paula Souza. Na época, a Serviços Técnicos Gerais (Setec) alegou que a queda foi por conta da falta de escoamento da água da chuva e desgaste dos materiais.

A previsão de entrega do novo muro é de seis meses. E segundo a secretaria, ela está orçada em R$ 3,2 milhões. De acordo com o presidente da Setec, Enrique Lerena, esta é a primeira de uma série de intervenções que serão realizadas no local. A Prefeitura alega que a última intervenção realizada foi há 15 anos, sendo que o muro que circunda o cemitério foi erguido em 1880, ano de fundação do cemitério campineiro.

Em entrevista, Lerena disse que os muros, por serem muito antigos, não possuem fundação. Por isso, eles são mais vulneráveis ao tempo e condições de chuvas. Relatando esses problemas, decidiu-se junto à Secretaria Municipal de Serviços Públicos que toda a extensão será remodelada e não só o trecho que desabou.

Sobre a opção de se fazer um muro mais baixo e com um gradil que totalizará uma altura de 3,5 metros, Lerena diz que a ideia é, além de se construir um muro mais seguro, também dar um novo aspecto urbanístico ao Cemitério da Saudade. "Na questão paisagística, o gradil é uma opção mais bonita que um muro fechado", finaliza o presidente.

Para se realizar qualquer intervenção no Cemitério da Saudade, a Prefeitura precisa obter a aprovação do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc), uma vez que ele é um bem tombado desde 2003. O local abriga obras da arte tumular de diversos artistas, como Lelio Coluccini, Giuseppe Tomagnini e Wilmo Rosada em suas 112 quadras em uma área de 181,5 metros quadrados, onde estão sepultados personalidades como Hercules Florence, Francisco Glicério, Bento Quirino, Mário Gatti e Ramos de Azevedo; além de contar com diversos mausoléus, como dos combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932.

Viaduto Cury

Outra intervenção, divulgada pela Prefeitura, será no Viaduto Miguel Vicente Cury. O local passará por obra na recuperação das juntas de dilatação do viaduto - importante via que liga o Centro a bairros e as mais importantes rodovias da região. A obra - que tem previsão de início já no próximo ano e conclusão em três meses - custará aos cofres públicos R$ 1 milhão e será executada por uma empresa de engenharia que venceu a licitação pública.

Esta é a terceira e última obra de remodelação do complexo viário. Neste ano foram feitas duas obras. A primeira de construção de barreiras de concreto, substituindo as antigas defensas de metal e também o recapeamento do solo. O secretário municipal de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, considera que a obra é importante para a segurança dos motoristas e usuários da via. "O objetivo é ampliar a segurança viária e prevenir acidentes e quedas de veículos", afirma Barreiro.

Sobre a circulação de veículos no trecho, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) assegura que serão realizados bloqueios parciais da via durante as obras. A princípio, a interdição parcial será na faixa direita da via no sentido bairro-centro na Avenida João Jorge (sobre a via férrea) até o final já na avenida Moraes Sales em todo o período do dia - das 9h às 16h.

"A circulação de veículos e ônibus do transporte público coletivo ocorre normalmente nas faixas de rolamento não impactadas pela interdição. Gradativamente, as interdições migrarão para outros pontos no entorno do Viaduto Cury, sempre de forma parcial, visando garantir a fluidez viária", diz nota da Emdec. 

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