Produtores brasileiros de soja contam com uma nova promessa para controlar ferrugem asiática
Fungo causa desfolha precoce, interferindo na formação de vagens e enchimento de grãos, o que diminui a produtividade (Divulgação)
Os produtores brasileiros de soja contam a partir deste mês com uma nova promessa para o controle da ferrugem asiática da soja: o Bio-Imune, fungicida e bactericida biológico da linha Biovalens do Grupo Vittia. De acordo com a empresa, o multissítio biológico possui uma formulação inovadora e superconcentrada, que atua diretamente na parte aérea das plantas, realizando ampla proteção e fortalecendo seu crescimento. O resultado é a melhora da sanidade e da qualidade da lavoura de soja. A ferrugem asiática da soja, atualmente, é considerada uma das principais doenças da cultura, principalmente, por ser encontrada em quase todas as regiões do país e por seu potencial de dano. O fungo causador desta doença, Phakopsora pachyrhizi, provoca a desfolha precoce, interferindo na formação das vagens e enchimento de grãos, o que diminui a produtividade da lavoura. De acordo com Cibele Medeiros, Gerente de Desenvolvimento de Mercado do Grupo Vittia, a autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a aplicação do Bio-Imune no controle da ferrugem representa importante conquista para o agronegócio brasileiro. “Ele é o primeiro e único defensivo biológico com ação comprovada – e agora registrado contra esse patógeno que acarreta grandes prejuízos para o setor no País”, afirma. O Bio-Imune foi desenvolvido a partir do isolado BV02 da bactéria Bacillus subtilis. Sua formulação possui endósporos de BV02 e seus metabólitos, como exemplo as enzimas e lipopeptídeos surfactina, iturina e fengicina. Tais metabólitos atuam indiretamente pela ativação de mecanismos de defesa da planta, e diretamente inibindo a germinação de esporos de Phakopsora pachyrhizi. O endósporo de BV02, quando aplicado nas plantas, germina e coloniza a superfície das folhas, formando um biofilme rico nestes lipopeptídeos e enzimas que protegem as plantas contra patógenos. Por ser um multissítio biológico, ou seja, possuir vários mecanismos de ação, o Bio-Imune contribui significativamente no manejo de resistência da Phakopsora pachyrhizi. Um ponto importante é que por possuir endósporos do isolado BV02, que são extremamente resistentes às variações ambientais, a aplicação do Bio-Imune é recomendada em todas as regiões produtoras de soja do Brasil. O fungicida e bactericida biológico da Grupo Vittia é um produto que vai além da proteção das plantas. Por contar com a biossíntese de compostos promotores de crescimento vegetal em seu processo exclusivo de produção, o produto estimula o maior desenvolvimento da cultura até o enchimento de grãos, resultando em maior produtividade para a lavoura. Além disso, contribui para a diminuição do uso de defensivos de alta toxidade na soja e reduz a exposição dos técnicos e produtores aos pesticidas químicos. Segundo a empresa, a criação e desenvolvimento desse multissítio biológico, além de ser uma tecnologia exclusiva, contribui com a ausência de resíduos no produto final e um risco muito pequeno de poluição ao solo, ao ar ou a água. Colocando em exercício suas políticas de melhores práticas ambientais, sociais e de governança — ESG, o Grupo evidencia a sua estratégia de crescimento para os próximos anos. “O Bio-Imune terá um papel fundamental na ampliação do controle da ferrugem asiática de soja no país. Os produtores contam com uma ferramenta inovadora e diferenciada que alia a ampla proteção da planta à produtividade da lavoura e a conservação do meio ambiente”, define Cibele. O produto possui carência zero e flexibilidade de aplicação, podendo ou não ser associada aos defensivos químicos. Lançado no início de 2019, o Bio-Imune possui o registro para o controle de dez patógenos que causam doenças em diferentes culturas em todo o País. Ele também foi o primeiro fungicida e bactericida biológico registrado para o controle da antracnose (Colletotrichum truncatum), doença que afeta a fase inicial da formação das vagens de culturas como soja e feijão. Com a aprovação do MAPA para a ferrugem asiática da soja, o Bio-Imune passa também a ser o primeiro defensivo biológico para controle desta importante doença. Grupo Vittia Atuando por meio das marcas Vittia, Biosoja, Samaritá, Biovalens e Vitória Fertilizantes, o Grupo possui sete unidades industriais localizadas em São Joaquim da Barra (2), Serrana, Ituverava e Artur Nogueira, no estado de São Paulo, e em Uberaba e Patos de Minas, no Estado de Minas Gerais. Atualmente, conta com cerca de 880 colaboradores entre equipes administrativas, de produção e no campo. O Grupo Vittia, empresa brasileira de biotecnologia e insumos agrícolas, está presente há 50 anos no País. Sempre expandindo sua atuação a favor do agronegócio por meio de pesquisa, tecnologia e desenvolvimento, o Grupo, dedicado à produção de insumos de alta tecnologia para a agricultura, conta com diversos produtos nas linhas de inoculantes, adjuvantes, acaricidas, condicionadores de solo, defensivos biológicos, fertilizantes foliares, fertilizantes organominerais, micronutrientes granulados para solo e sais para a agricultura e pecuária. Patógeno dá prejuízos bilionários Segundo a Embrapa, a ferrugem-asiática da soja foi identificada pela primeira vez no Brasil em 2001, e a partir de então é monitorada e pesquisada por vários centros públicos e privados. Segundo o Consórcio Antiferrugem, essa doença, considerada a principal na cultura da soja, possui um custo médio de US$ 2,8 bilhões por safra no Brasil. Como estratégia de transferência de tecnologia para a ferrugem asiática da soja, foi criado em 2004 o Consórcio Antiferrugem. Paralelamente à criação do Consórcio foi formada uma rede de ensaios cooperativos para testes de fungicidas entre pesquisadores de todo o Brasil, responsável por gerar conhecimento para subsidiar as ações de pesquisa, de técnicos e de produtores no campo. Atualmente a rede de ensaios cooperativos também compõe o Consórcio Antiferrugem. O Consórcio conta com aproximadamente 100 laboratórios cadastrados em todo o Brasil, capacitados para identificar a ferrugem asiática da soja. Além disso, fazem parte dele cerca de 60 pesquisadores de instituições públicas e privadas, distribuídos em todas as regiões brasileiras com o intuito de monitorar o problema e gerar informação atualizada sobre a doença. A página do Consócio na internet reúne orientações técnicas e monitora a doença em tempo real durante a safra.