FALSIDADE IDEOLÓGICA

Mulheres se passam por juíza e advogada e são detidas

A polícia foi chamada e encaminhou as duas mulheres para o 1º Distrito Policial (DP), onde o caso foi registrado. O OAB irá processar as acusadas

Cecília Polycarpo
10/06/2015 às 20:47.
Atualizado em 23/04/2022 às 11:07

Duas mulheres foram detidas na manhã desta quarta-feira, 10, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil Campinas (OAB-Campinas) após, segundo o órgão, se apresentarem falsamente como juíza e advogada. A.P.N.S., de 50 anos, afirmou ser juíza substituta da 2ª Vara Cível da Vila Mimosa, mas nunca teria passado em concurso de magistratura. Já D.F.M. se apresentou como advogada, mas disse não ter registro na OAB. A polícia foi chamada e encaminhou as duas mulheres para o 1º Distrito Policial (DP), onde o caso foi registrado. Em comunicado, a OAB só divulgou as iniciais das mulheres. A. foi acusada de falsidade ideológica e D. de exercício ilegal da profissão e também falsidade ideológica. O flagrante ocorreu quando a primeira foi prestar depoimento em um processo administrativo da OAB. A mulher, que teria dito ser juíza, mas na verdade é advogada, acusou um advogado da Ordem de se apoderar do dinheiro de uma de suas clientes. Ela chegou a processar o advogado e a Justiça determinou que ele devolvesse o dinheiro em 24 horas. O homem ingressou com um mandando de segurança contra a sentença do juiz e pediu auxílio da Comissão de Prerrogativas da OAB no caso. O presidente da comissão, Pedro Gonçalves Filho, investigou então alguns dados sobre a advogada. “Descobri em uma página de perfil de A. no Facebook que ela se autointitulava juíza substituta no Fórum Regional da Vila Mimosa. Liguei para o Fórum e apenas confirmei que não havia nenhuma juíza substituta com aquele nome”, disse Gonçalves. O presidente da comissão imprimiu todo material da internet antes de chamá-la para ser ouvida sobre o caso. O coordenador regional de prerrogativas da OAB, Antônio Carlos Chiminazzo, também acompanhou o depoimento de A., que chegou à OAB acompanha da outra mulher, como sua advogada. Quando a comissão pediu a carteira da OAB de D., ela afirmou que não tinha, mas advogava havia 12 anos. “Foi quando a A. interveio e disse que era juíza. Como nós sabíamos que as informações não eram verdadeiras, chamamos a polícia”, disse Chiminazzo. À reportagem, ela disse apenas que é juíza e advogada, e ganhou uma causa internacional. Já D. se recusou a dar em entrevista. Para Chiminazzo, casos como esse alertam a população sobre a existência de “advogados falsos”. “As pessoas precisam ter atenção. Checar a inscrição da OAB é muito importante.”

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