SEM-TETO

Mulher improvisa cabana de lona em avenida

Ex-secretária vive no canteiro central há 2 meses e conta amigos para poder comprar comida

Patrícia Azevedo
25/05/2013 às 11:40.
Atualizado em 25/04/2022 às 14:37
Claudinéia de Faria em seu 'lar' improvisado em canteiro central das Amoreiras: sob as árvores  (Edu Fortes/ AAN )

Claudinéia de Faria em seu 'lar' improvisado em canteiro central das Amoreiras: sob as árvores (Edu Fortes/ AAN )

Uma cabana improvisada na Avenida das Amoreiras, em Campinas, chama a atenção dos motoristas. Deitada em um colchão de casal, a ex-secretária Claudinéia de Faria, de 30 anos, fuma um cigarro feito com papel comum e se cobre com uma lona para se proteger da chuva.

Há cerca de dois meses ela fez do canteiro central da avenida, no bairro Campos Elíseos, a sua casa. Apesar de não haver móveis, roupas ou paredes, Claudinéia diz se sentir em casa, protegida apenas pela sombra de uma árvore.

“Me sinto bem aqui, não tem motivo para querer sair”, afirma. Ela conta que tem dois filhos e que veio de Mogi Guaçu há três meses. “Meu filho menor ficou com a minha irmã em Guaçu e o mais velho, de 14 anos, está morando na rua em Campinas.”

Sem emprego, Claudinéia conta que arranja amigos para poder comprar comida. “Eu sou lixeira, pego para mim, mas não vendo”, diz.

Com um discurso muitas vezes desconexo, Claudinéia afirma que costuma tomar “banho por aí”. A situação da mulher sensibilizou os vizinhos, que procuraram a Secretaria de Cidadania, Assistência e Inclusão Social.

“Ficamos sensibilizados e procuramos a Prefeitura para ver o que pode ser feito”, afirma a vendedora Ingrid Cabral Narciso. A comerciante Irma Moreira conta que ajuda Claudineia no que pode. “Procuramos ajudar, levando comida.” O jardineiro Alexandre Porfírio conta que a mulher não incomoda ninguém. “A única coisa que ela faz de vez em quando é pedir uns trocados.”

Kátia Rose da Silva, coordenadora de proteção para população de rua, explica que uma equipe da Assistência está fazendo a abordagem de Claudinéia desde 7 de maio. “A ideia é verificar se ela tem um problema além do social. Talvez precise de apoio da Saúde.” Kátia explica que a equipe da Assistência está tentando contatar a família de Claudinéia. “Ela diz que não quer ir para o abrigo e não quer voltar para casa, não podemos forçá-la.” 

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