EVOLUÇÃO

Mudança de perfil traz otimismo

Redução do número de pacientes que chegam em estado grave pode indicar que o pior já passou

Da Agência Anhanguera
04/07/2020 às 09:28.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:47
O secretário de Saúde, Carmino de Souza, ao lado do prefeito Jonas Donizette: os dois últimos meses foram os piores da pandemia em Campinas (Divulgação)

O secretário de Saúde, Carmino de Souza, ao lado do prefeito Jonas Donizette: os dois últimos meses foram os piores da pandemia em Campinas (Divulgação)

Uma mudança no perfil dos pacientes de Covid-19 em Campinas sinaliza perspectiva de melhora no quadro da pandemia na região, segundo avaliação feita ontem pelo secretário de Saúde, Carmino de Souza. O secretário contou que esteve reunido com diretores de instituições hospitalares da cidade e com representantes da Sociedade de Medicina e Cirurgia e os especialistas disseram ter identificado redução no número de casos em que o paciente chega aos hospitais com um quadro clínico crítico. Para o secretário, esse fator pode ser um indicativo que a região pode estar próxima do pico. “A impressão que temos é que está parando de piorar. Isso é o primeiro movimento antes de começar a melhorar”, disse o secretário. Para ele, os dois últimos meses foram extremamente difíceis, especialmente o mês de junho, quando a capacidade de assistência chegou quase ao limite e a cidade passou mais de duas semanas com leitos públicos de UTI integralmente ocupados. Campinas fechou o mês de junho com aumento de 377% no número de casos e um crescimento de 306% no número de mortes. No dia 1º de junho contava com 1.735 casos confirmados da doença e 78 mortes. No último dia do mês, bateu na casa dos 8.286 casos e 317 óbitos. Ontem, a cidade já contabilizava 9.308 casos e 355 mortes. Alta nos números Apesar do otimismo, Campinas encerrou mais uma semana de alta no número de mortes e de novos casos de Covid-19. A cidade iniciou a segunda-feira (dia</IP> 29 de junho) com 7.849 casos da doença e acabou chegando na sexta-feira (3 de julho) com 9.309 — um aumento de 18,6% em cinco dias. O ritmo das ocorrências de mortes foi ainda mais expressivo. A cidade entrou na segunda com 296 óbitos e fechou a sexta com 355 — um crescimento de 19,9%. Segundo o boletim epidemiológico divulgado no meio da manhã de ontem, foram 12 óbitos registrados nas últimas 24 horas e outros 30 ainda estavam em investigação. Também ontem, a cidade havia registrado 313 novos casos da doença — há 602 casos suspeitos de contaminação pelo novo coronavírus ainda estão sendo investigados. Segundo o boletim diário da Secretaria de Saúde, Campinas conta com 424 pessoas internadas com Covid-19 e outras 1.115, que estão sendo submetidas a isolamento domiciliar. Onze dos 12 mortos registrados ontem tinham comorbidades — e todos eles estavam tinham acima de sessenta anos, o principal grupo de risco. O boletim mostrou ainda que agora são 7.414 pessoas curadas da doença na cidade.Pressão O aumento no número de casos pressiona o sistema de atendimento. Ontem, Campinas contava com 379 leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19 nas redes pública e particular. Desse total, 330 estão ocupados, o que corresponde a 87,07%. Há 49 leitos livres somando as redes pública e particular. Os leitos estão divididos da seguinte forma: SUS Municipal: 145 leitos, dos quais 141 estão ocupados, o que equivale a 97%; SUS Estadual (AME + HC da Unicamp): 76 leitos, dos quais 65 estão ocupados, o que corresponde a 86%. Particular: 158 leitos, dos quais 124 estão ocupados, o que equivale a 78%. As duas últimas semanas, no entanto, todas as vagas estavam ocupadas na rede pública. A Administração anunciou ontem a abertura de novos leitos no Hospital Ouro Verde. Segundo o prefeito Jonas Donizete (PSB), “a partir dos próximos dias”, a Rede Mário Gatti vai disponibilizar mais dez leitos de UTI e 38 de retaguarda para Covid-19 no Hospital Ouro Verde. Com isso, o hospital contará com um total de 55 leitos UTI Covid e 84 leitos de retaguarda Covid. Os leitos de UTI serão montados no espaço anteriormente ocupado pela recuperação pós-anestésica do centro cirúrgico ambulatorial — as cirurgias estão suspensas por causa da pandemia. Já os de retaguarda, serão instalados no espaço da recepção do ambulatório de reabilitação e no antigo salão de reabilitação. O grupo Expedicionários da Saúde (EDS), que montou o Hospital de Campanha, instalou a estrutura de rede de gases medicinais das áreas que serão destinadas aos leitos de retaguarda. O espaço destinado aos leitos de UTI já tinha estrutura adequada. O custeio dos leitos é de cerca de R$ 5 milhões por 60 dias. Atualmente, o Hospital Ouro Verde conta com 45 leitos de UTI Covid e 46 de Enfermaria Covid.

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