prefeitura de campinas

MP quer que Jonas afaste sobrinha de cargo

A ação é resultado de um inquérito administrativo aberto após denúncia

Maria Teresa Costa
15/02/2020 às 13:06.
Atualizado em 29/03/2022 às 21:38

O promotor Ângelo Santos de Carvalhaes pediu à Justiça que conceda liminar, em ação impetrada por ele, para determinar ao prefeito Jonas Donizette (PSB) o afastamento imediato de sua sobrinha Regina Célia Ferreira do cargo comissionado de assessora administrativa VI e que condene o prefeito, o ex-diretor do Departamento de Prestação de Contas da Secretaria Municipal de Saúde Anésio Corat Júnior e Regina por improbidade administrativa. Para o Ministério Público, houve nepotismo no caso. A ação é resultado de um inquérito administrativo aberto após denúncia de que ex-prefeito Pedro Serafim Júnior teria nomeado Regina com o fim de obter, em troca, a manutenção de seu amigo Corat Júnior no cargo comissionado de diretor do Departamento de Prestação de Contas da Secretaria Municipal de Saúde. O setor, segundo a ação, havia sido criado por Serafim "sob encomenda" para Corat Júnior. A sobrinha de Jonas ocupa cargo efetivo de agente administrativo desde 1983 e foi nomeada em 2012 para o cargo de assessora, segundo o promotor, três dias antes de Jonas assumir a Prefeitura. Com a nomeação, o salário dela, de R$ 5,8 mil em 2012 passou a R$ 16,1 mil. Carvalhaes diz, na ação, que ficou comprovado que Corat Júnior, nomeado por Serafim Júnior como diretor do Departamento de Prestação de Contas, foi estranhamente mantido no cargo por Ferreira, sucessor e adversário político do ex-prefeito, o que não é de praxe. A situação de Corat Júnior não se manteve até agora em função da deflagração da Operação Ouro Verde. Ele foi acusado de ser um dos principais articuladores do esquema de desvios de recursos na Secretaria de Saúde de Campinas e foi demitido em junho do ano passado. Pedro Serafim informou que nunca foi amigo de Corat Júnior. “Fui colega na Faculdade de Direito, porém quando assumi a Prefeitura de Campinas não o via há 20 anos. Quanto à promoção da servidora nunca soube da sua ligação com Jonas, e não houve nenhum pedido dele neste sentido. Houve sim uma recomendação do RH para que algumas adequações fossem realizadas, entre elas essa. É triste que se faça uma interpretação política de um fato isolado como esse para promoção de quem quer que seja”, afirmou. Jonas disse estranhar a ação, porque não houve nenhum ato administrativo dele promovendo a sobrinha ou em relação ao diretor do Departamento de Prestação de Contas. “Minha sobrinha é servidora desde 1983 e eu comecei na vida política em 1992. Não vejo qualquer relação de interferência minha nessa questão”, afirmou. O prefeito informou que pediu um levantamento de todos os cargos de chefia que manteve e que a grande maioria permaneceu na sua gestão, porque são ocupados por funcionários de carreira.

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