Sessenta trabalhadores foram trazidos da Bahia para construção de uma Unidade de Pronto Atendimento
Trabalhadores em alojamento construído por eles no canteiro de obras da UPA (Divulgação)
O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas resgatou na tarde de quinta-feira ( 60 trabalhadores trazidos da Bahia para atuar na construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da Prefeitura de Valinhos, na Avenida Gessy Lever.
Os trabalhadores foram encontrados em condições análogas à de escravidão em um alojamento improvisado com tapume. Ninguém tinha carteira de trabalho assinada.
A Prefeitura e as construtoras envolvidas firmaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) na quinta-feira com o MPT, no qual se comprometeram a regularizar a situação e providenciar a volta dos trabalhadores à Bahia.
O caso chegou ao MPT por meio de denúncia. Segundo apurou o órgão, os 60 trabalhadores vieram da Bahia no dia 6 para trabalhar na obra da Prefeitura, a serviço da terceirizada Palácio Construções Ltda. que, por sua vez, subcontratava a Consval — Construtora e Empreendimentos Imobiliários Ltda.
Eles relataram que vieram em ônibus clandestinos com falsas promessas de ganhos, que poderiam chegar a R$ 3 mil por mês. Mas, em 15 dias de trabalho, eles não receberam nada, e foram obrigados a construir o próprio alojamento com tapumes. O local não tinha ventilação e caía água dentro quando chovia. As camas eram improvisadas com tábuas.
Agora, além do pagamento devido, eles terão direito a seguro desemprego, aviso prévio, proporcional de férias, entre outros direitos trabalhistas. Ontem à noite, foi firmado um TAC com o MPT, Prefeitura, Palácio e Consval. As empresas se comprometeram a fazer o levantamento de quanto devem aos trabalhadores, fazer o pagamento deles conforme acertado — R$ 1.200 para os serventes de pedreiro e R$ 1.500 para pedreiro, além das demais verbas indenizatórias.
A Prefeitura de Valinhos informou que as obras estavam paralisadas desde o ano passado e que notificou a empresa Palácio para retomar as obras no início do ano. Na semana passada, a Administração voltou a notificar a empresa, dessa vez para que ela regularizasse a situação.