CÍVICO-MILITAR

MP cobra melhora em escola indicada

Promotor alega que a escola não bate a meta do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) desde 2015

Gilson Rei
29/02/2020 às 10:16.
Atualizado em 29/03/2022 às 19:29

Promotor do Ministério Público de São Paulo pediu melhorias na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Odila Maia Rocha Brito, no Jardim São Domingos, em Campinas, indicada para o programa de escolas cívico-militares. Em documento oficial publicado na quinta-feira passada, o promotor alegou que a escola não bate a meta do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) desde 2015 e que deve providenciar melhorias urgentes no ensino e na estrutura, independentemente de estar ou não sendo avaliada para aderir ao modelo proposto pelo Governo Federal de escola cívico-militar. O comunicado foi emitido pelo promotor de Justiça Rodrigo Augusto de Oliveira, que manifestou-se em Procedimento Administrativo de Acompanhamento (PAA). O procedimento determina que a Secretaria Municipal de Educação de Campinas apresente, em até 15 dias, propostas e estratégias para melhoria das condições da Escola Professora Odila Maia Rocha Brito. A escola está em área de vulnerabilidade social e foi indicada pelo município para, eventualmente, aderir ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares. O promotor destacou, entretanto, que desde 2015 a escola não vem atingindo as notas estabelecidas para o Ideb. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a escola teve nota 4,7 em 2019, quando a meta era 5,1. No despacho, Oliveira considerou, entre outros pontos, que “as melhorias na escola não podem depender da eventual adesão ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, que tem sua constitucionalidade questionada”. A Secretaria Municipal de Educação de Campinas deverá informar sobre a estrutura física da escola e sobre o quadro de professores e funcionários. Deverá informar também a respeito da possibilidade da unidade de ensino ser incluída no programa de fomento da cultura de paz e de prevenção ao bullying, promovido em algumas escolas de Campinas. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação de Campinas informou que responderá aos questionamentos do Ministério Público e que está à disposição para demais esclarecimentos que se fizerem necessários. Vale lembrar que a Prefeitura de Campinas recorreu, no final de janeiro, à decisão judicial que suspendeu a votação da comunidade sobre a implantação do modelo cívico-militar na escola. O objetivo é de conseguir derrubar a liminar, realizar a consulta pública e — se for aprovado pela comunidade — colocar em prática o modelo a partir de abril deste ano em Campinas, conforme estava previsto. Liminar suspendeu processo de instalação O processo de instalação da escola cívico-militar foi suspenso em 18 de dezembro, no dia da consulta pública na comunidade, quando a juíza Fernanda Silva Gonçalves, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Campinas, aceitou o pedido de liminar e adiou a votação. O pedido de liminar foi feito pelo promotor de Justiça da Infância e Juventude de Campinas, Rodrigo Oliveira. A Secretaria Municipal de Educação pretende cassar a liminar e dar continuidade ao processo de implantação ao modelo.

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