abastecimento

Movimento na Ceasa recupera 20%

A procura por alimentos hortifrutigranjeiros na Ceasa Campinas está 20% menor do que a demanda normal da central de abastecimento

Gustavo Magnusson
03/04/2020 às 07:41.
Atualizado em 29/03/2022 às 19:06

A procura por alimentos hortifrutigranjeiros na Ceasa Campinas está 20% menor do que a demanda normal da central de abastecimento. Na semana passada, quando se iniciou o período de quarentena na cidade, o escoamento chegou a registrar queda de 40%. Isso é o que revela o coordenador do mercado hortifrutigranjeiro da Ceasa Campinas, Márcio de Lima. "Na primeira semana da quarentena, a redução era esperada porque a população foi ao supermercado se abastecer daquilo que não é perecível, isto é, dos itens da cesta básica como arroz, óleo, feijão, sal, açúcar e farinha.” Aliado a isso, continua Lima, houve o fechamento de escolas, restaurantes e bares. “Já nesta segunda semana, houve uma adaptação rápida dos estabelecimentos ao sistema de delivery e notamos uma reação, principalmente em busca de produtos menos perecíveis como as hortaliças raízes. As hortaliças frutos e folhosas continuam um pouco esquecidas, mas é certo que a procura vai acontecer nos próximos dias", acredita Lima. De acordo com ele, frutas e verduras estão sobrando, enquanto legumes e raízes como batata, cebola e alho já estão retomando o equilíbrio entre oferta e procura. “Neste momento, temos queda de preço das hortaliças folhosas, que voltaram a ter uma procura, mas ainda tem muita oferta comparada à demanda existente. A hortaliças fruto voltaram a operar em normalidade: o que tem de oferta está regulado com a procura, embora também esteja sobrando alguma coisa. No caso das hortaliças raízes, existe um pouco mais de procura em relação à oferta, mas já em ritmo de estabelecer o equilíbrio novamente. Já no caso das frutas, temos uma super oferta. Como não está escoando e está sobrando bastante, tivemos muitas doações de mamão, maçã, melancia e abacaxi ao ISA (Instituto de Solidariedade para Programas de Alimentação)", explica. Baseado no cenário, o coordenador garante que não haverá desabastecimento na central. "Não precisa comprar alimento para estocar porque não vai haver falta de produto. Se faltar, será algo muito pontual. O reabastecimento dos produtores é feito três vezes por semana, no mínimo", afirma Lima. Apoio do Exército Na manhã de quinta-feira, militares do 2º Batalhão Logístico Leve, da 11ª Brigada de Infantaria Leve de Campinas, iniciaram ações de apoio aos trabalhos desenvolvidos pelo Banco Municipal de Alimentos de Campinas e pelo Instituto de Solidariedade para Programas de Alimentação (ISA), ambos instalados dentro da Ceasa Campinas. Na atividade que recebeu o nome de “Ação de Alimentação”, os militares atuarão em duas frentes: junto ao ISA, que recolhe e distribui alimentos doados pelos permissionários da Ceasa, e ao Banco de Alimentos de Campinas, que recebe os gêneros alimentícios de empresas e parceiros de fora da Ceasa. A colaboração foi definida na última segunda-feira, após reunião entre a secretária municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, Eliane Jocelaine Pereira, e autoridades do Exército. No apoio ao ISA, os militares participam dos trabalhos de coleta, seleção, higienização e distribuição dos alimentos doados pelos permissionários da Ceasa ao ISA que, por sua vez, os distribui a instituições parceiras e famílias em situação de vulnerabilidade social nos bairros da cidade. Serão atendidas 900 famílias em 38 pontos de distribuição; 104 entidades; pacientes da rede hospitalar (45 pessoas); eventos sociais abertos à comunidade (sem fins lucrativos). As sobras, por sua vez, serão encaminhadas para pequenos pecuaristas, para consumo animal. Para a gerente geral do ISA, Maria Carolina Loureiro Bicaro, o trabalho do Exército em parceria com a Prefeitura de Campinas significa garantir o direito à alimentação sem desperdício. “Trabalhamos com famílias de extrema vulnerabilidade social e estamos com uma demanda maior devido à crise provocada pelo coronavírus. Como os permissionários também estão doando uma quantidade maior de alimentos, só com nossos funcionários, não seria possível fazer o trabalho e chegar às pessoas que estão precisando”, disse Bicaro, explicando que parte do seu pessoal está afastado, em quarentena.

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