Motoristas do Uber fazem protesto de 3h em Campinas

Motoristas do Uber de Campinas fizeram uma paralisação de 3h na manhã desta segunda-feira (1º) em protesto a redução de 20% na tarifa, ajustada há um mês. Cerca de 70 motoristas se reuniram no estacionamento do portão 5 do Parque Taquaral, e de lá seguiram para o escritório da empresa para reivindicar a volta dos R$ 1,40 por quilômetro rodado e R$ 0,26 por minuto durante o trajeto. A empresa informa que os motoristas continuam ganhando a mesma porcentagem do valor pago pelos usuários por cada viagem que realizam pelo aplicativo. A Uber anunciou no início de julho redução de cerca de 20% na tarifa cobrada pelo serviço na cidade. O modelo de cobrança da Uber é composto por três variáveis. O preço inicial de R$ 2, que não sofreu alteração; o quilômetro rodado, que caiu de R$ 1,40 para R$ 1,10; e a cobrança pelo tempo do trajeto, que custava R$ 0,26 por minuto e foi reduzido para R$ 0,20. O preço mínimo para os trajetos muito curtos também diminuiu de R$ 7 para R$ 5. "Na semana passada já estivemos no escritório da empresa e não fomos recebidos. Hoje (segunda-feira) também fomos e não falaram com a gente, mas deixamos claro que vamos continuar fazendo paralisações caso não sejam revertidos esses valores. Estamos arcando com custos que começam a inviabilizar o trabalho" , disse um dos motoristas, que prefere não se identificar. "Demos um prazo de mais essa semana para a empresa atender as nossas reivindicações" , frisou. Ao todo, a categoria estima que 300 motoristas não ligaram seus aplicativos na manhã desta segunda-feira, entre as 6h30 e 9h30 Alguns motoristas alegam que tiveram uma "redução drástica" no número de corridas, principalmente com a pulverização do serviço na cidade. A empresa não informa quantos motoristas da empresa estão em atividade. "O valor normal nos dá condições mínimas de trabalho, mas com a redução é possível que haja precarização" , completou o motorista. Em nota, a empresa garantiu que os motoristas continuam ganhando a mesma porcentagem (80% para Uber black e 75% para Uber x) do valor pago pelos usuários por cada viagem que realizam pelo aplicativo. "Com base em dados das mais de 400 cidades nas quais atuamos, verificamos que ao reduzir os preços, temos como resultado o aumento da demanda por carros. Com isso os motoristas parceiros farão ainda mais viagens e continuam gerando tanta renda quanto antes, chegando até a ganhar mais. O aumento na demanda significa que os parceiros passam a fazer mais viagens por hora e ficam menos tempo rodando entre uma viagem e outra" , justificou. PROJETO A Câmara de Campinas protocolou no final de junho um projeto de lei para regulamentar a Uber e demais aplicativos que ofereçam o transporte individual de passageiros na cidade. O projeto prevê que os aplicativos terão que se registrar na Prefeitura e pagar uma taxa anual referente a 1% do faturamento anual. Em cada corrida também incidirá a cobrança de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Os veículos que prestarem serviço através dos aplicativos terão que efetuar a identificação visual, que ainda será definida pelo Poder Executivo, e se submeter a duas vistorias anuais, como já acontece com os táxis.