RECLAMAÇÃO

Motoristas de aplicativo querem auxílio combustível

Categorias que usam veículos no trabalho criticam concessão do benefício apenas para motoristas de caminhão e taxistas

Do Correio Popular
22/07/2022 às 21:58.
Atualizado em 23/07/2022 às 09:27
Condutores de aplicativos, motoboys e entregadores de mercadorias também querem ser contemplados com o auxílio combustível do Governo federal (Divulgação)

Condutores de aplicativos, motoboys e entregadores de mercadorias também querem ser contemplados com o auxílio combustível do Governo federal (Divulgação)

Categorias que dependem de veículos para trabalhar criticam o auxílio combustível que será concedido pelo governo federal apenas para os motoristas de caminhão autônomo e de táxi. É o caso de condutores de aplicativos, motoboys e entregadores de mercadorias. “Por que apenas para os taxistas? O aumento dos combustíveis pesa para todo mundo”, afirma o motorista de aplicativo Jair Lopes Garcia. 

Para ele, os preços dos combustíveis continuam altos, apesar das recentes quedas em função das reduções de impostos federais ou estadual e dos valores nas refinarias. Garcia explica que o combustível é o principal custo do serviço e calcula que representa 60% do valor da tarifa. 

Campinas tem 895 permissões para táxi convencional e uma para executivo, operada por empresas com 24 condutores. Esse número é inferior ao de motoristas de aplicativo, que totaliza 57.310 cadastrados. O número, no entanto, não representa o total de condutores que efetivamente operam o serviço.

Os taxistas receberão um auxílio de até R$ 1mil dividido em cinco parcelas, programadas para começarem a ser pagas em agosto. O valor depende do número de solicitações que forem feitas. Porém, os cerca de 950 motoristas que atuam como auxiliares não receberão o benefício. 

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Benefícios prevê a liberação de R$ 2 bilhões para auxílio combustível aos motoristas do total de R$ 41 bilhões que serão liberados para várias finalidades.

“O ideal é uma política de preços que beneficiasse todo mundo”, defende o motoboy Riverlei Nascimento Filho. 

Antes da última redução no preço da gasolina, que entrou em vigor na quarta-feira, ele gastava em torno de R$ 2 mil por mês com combustível. “É mais do que sobra para mim depois de descontadas todas as despesas”, diz Filho, que trabalha como autônomo.

“Na verdade, não deveria ter auxílio para ninguém. Isso onera toda a população, pois é o dinheiro do imposto que será usado para pagar, dinheiro que poderia ser usado em outras coisas”, critica a entregadora de mercadorias Marlei Aparecida Fontana. 

Prefeitura

A Prefeitura de Campinas encaminhará na próxima semana para o governo federal o cadastro dos taxistas que atuam na cidade aptos a receber o auxílio. Com base nas informações fornecidas por todos os municípios, serão definidos os valores aos quais cada motorista de táxi terá direito e a quantidade de parcelas. “Os taxistas sofreram muito durante a pandemia de covid-19. É uma categoria que merece esse auxílio. Nós já estamos com a lista pronta, com quase mil taxistas com o alvará correto”, disse.

“Qualquer ajuda que vier é bem-vinda”, afirma o motorista Pedro Arruda Tognelli. As Prefeituras de todo o País terão até o dia 31 deste mês para fornecer as informações sobre os taxistas. O pagamento da primeira e segunda parcelas está previsto para ser liberado a partir de 16 de agosto. O governo federal definirá qual banco realizará o pagamento, podendo ser o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal. Segundo o Departamento de Transportes Públicos (DPT), ao todo são 80.135 taxistas ativos no País. 
 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por