IMPACTOS DA GREVE

Motorista faz estoque de combustível

Com muita disposição, alguns campineiros enfrentaram filas para garantir um estoque caseiro

Alenita Ramirez
26/05/2018 às 10:19.
Atualizado em 28/04/2022 às 10:05
Donos de postos deixaram uma bomba e um frentista exclusivos para o atendimento dos clientes interessados em armazenar o produto em casa  (Leandro Torres/AAN)

Donos de postos deixaram uma bomba e um frentista exclusivos para o atendimento dos clientes interessados em armazenar o produto em casa (Leandro Torres/AAN)

Mesmo com a informação na noite de anteontem de que os combustíveis acabaram na maioria dos postos de Campinas, ontem alguns estabelecimentos comercializaram o produto alegando que tinham uma grande que quantidade no estoque. E para garantir o tanque cheio, motoristas enfrentaram filas gigantes e fizeram um verdadeira caça na cidade. Muitos não só encheram o tanque, como também galões de até 30 litros. Em um posto da Avenida Campos Sales, a fila era de mais de 500 metros, mas o álcool, comercializado a R$ 2,99 o litro, acabou por volta das 10h. O aviso do fim do produto, levou muitos motoristas que esperavam, a sair rapidamente em busca de outro local. “A gente tem um tanque de 30 mil litros de álcool e como a maioria dos clientes abasteceu ontem (anteontem) com gasolina, sobrou álcool”, tentou explicar um frentista. No posto Center Campinas, na esquina da José Paulino com Moraes Salles, a fila se estendeu até sobre o viaduto Vicente Cury e havia buzinaço para quem ousava cortar a fila. A média de espera era de 1h30. “Eu trabalho com prestação de serviço e não posso ficar sem combustível no carro”, disse Ereverly Silva, 33 anos, que levou três galões no banco traseiro do carro para encher. “Como uso muito, eu vou fazer um estoque de 120 litros para garantir meu trabalho até segunda-feira”, justificou. O mestre em obras Anderson Tavares Barbosa, de 36 anos, estava em busca de gasolina na região central da cidade quando o tanque do seu carro zerou. Como carregava um galão de cinco litros, ele saiu em busca a pé. “Eu tenho que encher o tanque, mas se não conseguir, esse 5 litros já me ajudam a percorrer 50 km”, disse Barbosa, que tem um Uno. As vendedoras Ana Maria Almeida, de 54 anos, e Jaqueline Leal, de 23 anos, também recorreram a galões de cinco litros para garantir álcool. Jaqueline substituiu ontem o carro pela moto, mas, mesmo assim, foi cm um galão. “Tenho medo de que esse protesto não acabe nos próximos dias e fiquemos totalmente sem combustível. Então é melhor garantir”, disse Ana. Toda movimentação dos motoristas nos postos foi acompanhada por agentes de trânsito da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec).

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