Até julho foram registradas 12 mortes; Saúde confirmou primeira vítima fatal do vírus influenza B
Campinas vive uma explosão dos casos de mortes provocadas pelos vírus das gripes H1N1 e H3N2. O número de óbitos quadruplicou este ano, na comparação com o ano anterior e alcançou a maior marca desde a grande epidemia de 2009, quando 17 pessoas morreram na cidade. Até julho, a cidade computou 12 mortes, ante as quatro registradas em 2012. A expectativa é de que este ano a letalidade supere a de 2009. “O que chama atenção nessa epidemia é a letalidade. Dos 69 casos confirmados, 12 foram fatais”, disse o médico infectologista da Prefeitura de Campinas, Rodrigo Angerami.O número de casos confirmados também aumentou bastante. Até julho deste ano foram 69, ante os 26 registrados no ano passado, um crescimento de 165%. Segundo ele, a alta taxa de letalidade do vírus este ano atingiu, em sua maioria, pessoas que estavam no grupo prioritário, como idosos ou portadores de doenças crônicas. De acordo com a Secretaria de Saúde, apesar de ter indicação para a vacinação, a maioria das vítimas fatais não havia sido imunizada. “Isso é um fator importante, mas é importante dizer também que esse ano a epidemia tem sido forte em nível global. Os Estados Unidos enfrentaram uma forte epidemia e ela está tendo comportamento semelhante em todo Brasil”, explicou o infectologista.Do total de casos, a maior parte, 56 é de H1N1; 11 de Gripe B e 2 de influenza A H3N2. Entre os mortos, 11 foram contaminados pelo vírus H1N1 e um pela Gripe B, que fez a sua primeira vítima na cidade. “Esse é um dado importante que comprova que todos os vírus estão circulando em Campinas”, afirmou o médico.O primeiro e único caso de morte por influenza B ocorreu no dia 12 de julho e foi um homem de 29 anos. Segundo a Secretaria de Saúde, ele não estava no grupo de risco e não tinha indicação de vacina.A última vítima do vírus H1N1 foi confirmada na quinta-feira (1), de um homem com 62 anos. Apesar de ter sido imunizado, ele possuía uma série de comorbidades relacionadas, como doenças pulmonares e hepática e fazia parte do grupo de risco.A vacinação é a principal forma de evitar a doença. O Ministério da Saúde faz campanhas anuais e este ano Campinas imunizou 87% da população vigente, composta por quem tem idade igual ou superior a 60 anos, gestantes, crianças maiores de 6 meses e menores de 2 anos, mulheres em puerpério — período de até 45 dias após o parto —, trabalhadores da saúde, índios, população carcerária e portadores de doenças crônicas. RankingSegundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a Capital lidera o total de óbitos pelo vírus Influenza A, com 72 mortes, o que representa 22% do total de 327 ocorridos no Estado. As outras cidades que mais apresentaram casos foram São José dos Campos, Campinas, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Jundiaí e Sorocaba.Do total dos óbitos por gripe A H1N1, 71% foram de pessoas que possuíam alguma doença associada ou eram gestantes, o que indica que a infecção vírus pode ter agravado quadros clínicos já existentes. Além disso, entre as mortes, 89% dos pacientes não estavam vacinados contra a gripe.