Agentes de saúde da Prefeitura de Campinas visitam imóveis para controle de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue (Rodrigo Zanotto)
Campinas, que vive um aumento dos casos de dengue, registrou a primeira morte em 2023 provocada pela doença que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo nota divulgada pela Secretaria de Saúde, a vítima é um homem de 86 anos, morador da região de abrangência do Centro de Saúde Taquaral, região Leste da cidade, uma das áreas com alto potencial de transmissão no município.
O idoso apresentou os primeiros sintomas em 22 de fevereiro e acabou falecendo no dia 4 de março. Segundo a Prefeitura, o atendimento ao paciente foi realizado na rede privada. A causa do óbito estava em investigação pelo Departamento de Vigilância em Saúde e foi confirmada após análises de prontuários, relatórios e exames.
De janeiro até os 10 primeiros dias deste mês, já foram registrados 2.467 casos da doença. A cidade não registrava morte por dengue desde o ano passado. O último caso notificado em 30 de abril de 2022. Naquele ano, foram quatro mortes, das quais três na rede privada de saúde de Campinas e um vindo de outro município. No total Campinas teve 11.276 casos de dengue no ano passado.
Pelo último alerta de dengue, publicado em 13 de março, 25 áreas estão classificadas com alto potencial de transmissão de dengue. São elas: Chácara Primavera, Jardim Novo Flamboyant e Parque Taquaral, na região Leste; Cidade Universitária, Jardim Magnólia, Parque Via Norte, Vila Esperança e Vila Olímpia, região Norte; Jardim Campos Elíseos, Jardim Florence 1, Satélite Íris 4, Vila Padre Manoel da Nóbrega, região Noroeste; DIC V de Março, Jardim Telesp, Jardim Maria Rosa,.Vida Nova II, na região Sudoeste; Campo Belo, Campo Belo2, Jardim do Lago 2, Jardim Fernanda, Jardim São Jorge, Oziel, PUC-Campinas, Vila Antônio Lourenço e Vila Carlos Lourenço, na região Sul.
A nota da Saúde informa ainda que, assim que a Vigilância em Saúde foi notificada do caso confirmado, foram desencadeadas todas as ações preconizadas de controle e prevenção na localidade da moradia do paciente, como controle de criadouros, busca ativa de pessoas com sintomas e nebulização, garante a Administração.
A Pasta orienta a procurar o serviço de saúde quem apresentar febre associada a dor de cabeça, dor no corpo, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas, vômitos ou dor abdominal e seguir as recomendações médicas porque pode ser dengue. “A dengue é uma doença que pode evoluir com gravidade e levar à morte. Por isso é importante o acompanhamento médico adequado”, disse o coordenador do Programa de Arboviroses de Campinas, Fausto de Almeida Marinho Neto.
O trabalho contra as arboviroses realizado pela Prefeitura é realizado durante todo o ano. De 1º de janeiro de 2020 a 22 de março foram 2.867.601 visitas a imóveis para controle de criadouros, 521.249 construções localizadas em áreas de transmissões nebulizadas. Já entre 1º de janeiro de 2020 e 28 de fevereiro de 2023, 131.915 toneladas de resíduos recebidas nos ecopontos da cidade, além de coletadas 65.879 toneladas de materiais despejados irregularmente no município e 12.996 toneladas de resíduos foram recolhidas em ações cata-treco.
Chikungunya
O aumento dos casos de dengue foi tema de reportagem publicada no jornal Correio Popular no dia 1º deste mês. Na ocasião, a Coordenadoria de Vigilância de Agravos e Doenças, da Secretaria Municipal de Saúde havia emitido alerta destinado aos profissionais e estabelecimentos da rede municipal de saúde dos setores públicos e privados após a detecção de um caso autóctone entre os cinco confirmados de chikungunya, doença também provocada pelo mosquito Aedes aegypti. No ano passado Campinas registrou apenas dois casos autóctones e 17 importados de chikungunya.