muitas dúvidas

Morte de Toninho completa 17 anos

Ainda sem respostas, o assassinato do prefeito Antônio da Costa Santos, o Toninho, completa 17 anos hoje

Renato Piovesan
10/09/2018 às 07:16.
Atualizado em 22/04/2022 às 00:50
O prefeito Antônio da Costa Santos, o Toninho, foi assassinado em 2001 (Cedoc/RAC)

O prefeito Antônio da Costa Santos, o Toninho, foi assassinado em 2001 (Cedoc/RAC)

Ainda sem respostas, o assassinato do prefeito Antônio da Costa Santos, o Toninho, completa 17 anos hoje. O 10 de Setembro, que tanto comoveu Campinas em 2001, passará mais discreto desta vez. A pedido da viúva Roseana Garcia e de familiares, por se tratar de ano eleitoral, nenhum grande ato ou homenagem será realizado, para evitar que candidatos possam tentar se promover com a sofrida data. A única lembrança em memória a Toninho, discreta, ocorreu neste domingo (10) à noite na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, vizinha ao casarão onde o prefeito morava, no Jardim Proença. Na missa das 19h, um grupo de amigos acendeu velas durante a celebração do padre João Augusto Piazza, que fez uma oração especial ao prefeito assassinado. Passadas quase duas décadas da morte de Toninho, o crime permanece sem solução. Sequer se sabe se foi um crime político ou comum. A investigação da Polícia Civil indicou que ele teria sido morto por razões banais, após ter atrapalhado a passagem de um carro com criminosos em fuga pela avenida. O traficante e sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, chegou a ser acusado formalmente pelo crime, mas a Justiça entendeu que não havia indícios que o incriminassem e determinou que a Polícia Civil retomasse as investigações em 2011. O inquérito está a cargo dos delegados Rui Pegollo e Devanir Dutra. Por duas vezes o advogado da família, William Ceschi Filho, tentou federalizar o caso, via ministro da Justiça e via procurador-geral da República, mas os pedidos foram indeferidos. Para ele, o crime foi político e demanda uma estrutura de investigação maior. “Sempre foi alegado que as investigações estavam em curso, mas já temos sete anos desde que o inquérito foi reaberto e o crime segue sem qualquer resposta”, lamentou Filho. “Existe uma questão gritante que é o sucateamento da Polícia Civil de São Paulo. São poucos escrivães, poucos delegados e poucos investigadores. Há um problema estrutural e o serviço de inteligência praticamente inexiste. O percentual de casos solucionados é baixíssimo. Por isso esperávamos contar com o know-how de uma Polícia Federal para trazer essa resposta que a sociedade espera ter de um assassinato de um sujeito eleito pelo voto do povo”, acrescentou o advogado, que apesar de reclamar sobre a condução das investigações, ainda acredita que um dia a morte de Toninho será esclarecida. “Tenho a esperança que um dia vai aparecer alguém que vai abrir a boca e dar mais pistas do que aconteceu.” Tese policial A tese policial sobre a morte de Toninho nunca convenceu a família e nem os amigos. Nem mesmo a cidade. Em 2003, uma pesquisa realizada pelo Ibope apontou que 70% dos campineiros acreditavam em crime político. Antônio da Costa Santos foi morto com um tiro quando passava de carro na Avenida Mackenzie, após fazer compras no Shopping Iguatemi. Ele estava no cargo de prefeito havia apenas oito meses.

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