vítima da covid-19

Morte de médico não suspende os testes de Oxford

Não se sabe se o carioca de 28 anos, que participava da fase 3 do estudo e faleceu no último dia 15, tomou placebo

Agência Brasil
22/10/2020 às 12:55.
Atualizado em 27/03/2022 às 19:32
Morte de médico não suspende os testes de Oxford (IStock/Banco de Imagens)

Morte de médico não suspende os testes de Oxford (IStock/Banco de Imagens)

O médico carioca João Pedro Rodrigues Feitosa, 28 anos, voluntário nos testes da vacina de Oxford, morreu em decorrência de complicações da Covid-19, no último dia 15. Segundo nota de pesar divulgada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde Feitosa estudou, ele estava atuando na linha de frente no combate ao novo coronavírus nas redes privada e municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Até o momento, aproximadamente 8 mil voluntários participaram de testes da vacina no Brasil. O estudo é randomizado e cego, ou seja, metade dos voluntários recebe o imunizante produzido por Oxford e a outra metade, não. Os participantes não sabem se receberam ou não a dose da vacina e não foi divulgado qual substância o médico recebeu. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou a morte do voluntário nos testes da vacina de Oxford no Brasil. A Anvisa foi informada do falecimento no último dia 19. Segundo a Agência, uma investigação foi realizada pelo Comitê Internacional de Avaliação de Segurança, que sugeriu o prosseguimento do estudo. A Anvisa informou que o processo segue em avaliação. "Com base nos compromissos de confidencialidade e ética previstos no protocolo, as agências reguladoras envolvidas recebem dados parciais referentes à investigação realizada por esse comitê, que sugeriu pelo prosseguimento do estudo. Assim, o processo permanece em avaliação", diz, em nota. Responsável pelo estudo no Rio de Janeiro, o Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (Idor) diz, também em nota, que análises rigorosas dos dados colhidos até o momento "não trouxeram qualquer dúvida com relação à segurança do estudo, recomendando-se sua continuidade". O Instituto afirma que, após a inclusão de mais de 20 mil participantes nos testes ao redor do mundo, todas as condições médicas registradas foram cuidadosamente avaliadas pelo comitê independente de segurança, pelas equipes de investigadores e autoridades regulatórias locais e internacionais. A vacina desenvolvida pela AstraZeneca, em parceira com a Universidade de Oxford, é tida pelo governo brasileiro como uma das principais apostas para a imunização contra o Covid-19 no País. No mês passado, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou o contrato de Encomenda Tecnológica (Etec) com a AstraZeneca. A Etec garante ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) o acesso a 100,4 milhões de doses do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para o processamento final (formulação, envase, rotulagem e embalagem) e controle de qualidade, ao mesmo tempo em que garante à Fiocruz a transferência total da tecnologia. No início de setembro, os testes com a vacina chegaram a ser suspensos pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford por causa de uma doença não explicada em um participante. Após uma investigação independente confirmar que não havia relação entre a doença e a vacina, os testes da fase 3 foram retomados em todo o mundo, com exceção dos Estados Unidos, que ainda estudam retomar a pesquisa.

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