BERTIOGA

Morte da pequena Grazielly completa um ano

Familiares da menina de 3 anos morta atingida por um jet ski pedem punição aos réus do caso

Da Redação
19/02/2013 às 15:42.
Atualizado em 26/04/2022 às 04:03
Em frente ao Fórum de Bertioga, amigos da menina (destaque) pediram justiça (Rogério Soares/Tribuna de Santos e Cedoc)

Em frente ao Fórum de Bertioga, amigos da menina (destaque) pediram justiça (Rogério Soares/Tribuna de Santos e Cedoc)

Cerca de 30 amigos e parentes lembraram a morte da menina Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, que completou um ano na segunda-feira (18). A menina passava o Carnaval na cidade junto com a família e foi atingida na cabeça por uma moto aquática quando brincava em uma praia de Bertioga. Era a primeira vez que a menina via o mar.

Os familiares, que moram em Artur Nogueira, promoveram um ato em frente ao fórum de Bertioga e pediram justiça e agilidade no caso. Vestindo camisetas com fotos de Grazielly, os manifestantes caminharam entre o Fórum e o píer Licurgo Mazzoni, na região central da cidade, onde soltaram bexigas e lançaram pétalas de rosas ao mar.

Após a manifestação, o advogado da família, José Beraldo, deu entrada no Fórum do município, em um pedido de providências para apressar os interrogatórios de testemunhas. “O acidente completa um ano hoje (ontem) e esperamos que os três réus — um deles, menor de idade — sejam interrogados e julgados em primeira instância neste semestre. Estamos atentos ao processo, doa a quem doer”, disse Beraldo.

De acordo com testemunhas, a moto aquática era pilotada por um adolescente de 13 anos. “O advogado de defesa dos réus está requerendo testemunhas até no Amazonas para retardar o desfecho do julgamento. Queremos que a nova juíza do caso (Patrícia Naha)determine a vinda das cartas precatórias. Nove das 19 testemunhas terão de ser ouvidas por carta precatória por serem de outras cidades e regiões do País. Os réus só serão interrogados após o envio desses documentos e sua anexação ao processo”, explicou Beraldo. Os advogados dos réus não foram encontrados pela reportagem para comentar o caso.

Inquérito

De acordo com o inquérito, concluído no fim de março do ano passado pelo delegado Rony da Silva Oliveira, da Delegacia Seccional de Santos, foram indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção) o dono do jet ski, José Augusto Cardoso, o caseiro Erivaldo Francisco de Moura, conhecido como “Chapolin”, e dois mecânicos que fizeram a manutenção do aparelho dois dias antes do acidente, Tiago Veloso Lins e Ailton Bispo de Oliveira. Com exceção do caseiro, todos os demais foram denunciados pelo Ministério Público (MP).

Indenização

Em maio do ano passado, o advogado José Beraldo entrou com pedido de indenização por danos morais no valor de 20 mil salários mínimos — o equivalente a R$ 12,44 milhões — aos responsáveis pela morte da menina. O pedido foi encaminhado ao Fórum de Artur Nogueira.

No último dia 30 de março, após a conclusão do inquérito, Beraldo adiantou que pediria indenização de R$ 10 milhões. “Não tem valor que pague o ocorrido. Considerando toda uma vida perdida, a dor dos pais, o poder econômico dos réus e a comoção social, entraremos com pedido de danos morais contra os pais e contra os padrinhos do adolescente, pediremos indenização de R$ 10 milhões”, disse.

Na ocasião, o advogado demonstrou insatisfação com o resultado do inquérito, que indiciou quatro pessoas como responsáveis diretas pelo acidente. “Foi uma monstruosidade jurídica”, alegou. Para ele, todos os que estavam na casa de praia no dia do acidente deveriam ser indiciados por dolo eventual (quando há consciência dos riscos que a ação pode produzir). “As autoridades precisam ser mais rigorosas com as leis”, afirmou.

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