Morre mestre Alceu José, referência da cultura afro

Referência da cultura afro-brasileira, agitador cultural e defensor e divulgador da cultura negra, mestre Alceu José Estevam morreu ontem, dois dias antes de completar 59 anos, vítima de enfarte. Um dos fundadores e coordenador há 30 anos do grupo de dança e teatro de cultura popular Urucungos Puítas e Quijengues, Alceu contribuiu de forma significativa para a cultura viva brasileira, com seu conhecimento ancestral do samba de bumbo, vertente campineira do chamado samba rural paulista. Coordenador do ponto de cultura Nos Caminhos de São Paulo, Alceu Estevam era ator profissional, fomentador de manifestações populares e de afro-descendência, produtor musical, brincante. “Um homem da reexistência da cultura afro-brasileira em Campinas” , destacam seus amigos e admiradores. Em sua página do Facebook, o mestre Marcos Simplício, amigo e companheiro no resgate da cultura negra, escreveu “O grupo Urucungos, Puitas e Quijengues vem informar que acaba de falecer o Mestre Alceu José Estevam, que sempre contribuiu para a cultura viva brasileira com sua alegria e seu conhecimento ancestral e que manteve o legado do samba de bumbo campineiro herdado de sua família.” Alceu José tinha problemas renais, o que o levou a fazer hemodiálise. No entanto, conseguiu se submeter a transplante renal há cerca de dois anos e aparentemente estava passando bem. Na semana passada se apresentou com o Urucungos na Estação Cultura e no último sábado participou de um evento no Centro Cultural Casarão. Ele sofreu um enfarte, foi atendido no Hospital da PUC-Campinas, mas não resistiu. O enterro será hoje, às 10h, no Cemitério da Saudade.