Ana Paula Cardoso foi baleada na noite de terça-feira, no bairro Bela Vista. A Polícia Civil investiga o caso.
Morre vítima de tentativa de roubor (Dominique Torquato/ AAN)
A comerciante Ana Paula Cardoso, de 49 anos, baleada na cabeça durante uma tentativa de roubo na noite da última terça-feira, no bairro Bela Vista, em Campinas, morreu ontem. Ela estava internada no Hospital de Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e teve morte cerebral. A família informou que vai realizar a doação de órgãos, por isso, ainda não há confirmação de data e horário do velório e enterro. A Polícia Militar de Campinas, está tratando o caso como latrocínio. De acordo com informações da PM, o crime ocorreu no momento em que ela esperava, dentro de um Palio branco, o portão eletrônico da residência abrir. Três homens chegaram em um Gol, pararam ao lado do carro da vítima e um dos bandidos efetuou o disparo. Nas imagens da câmera de segurança, gravadas pelo circuito de segurança de uma casa vizinha, é possível notar que a mulher percebe a ação do trio e sai com o veículo segundos antes de ser atingida pelos disparos. Logo em seguida, o trio foge. No vídeo também é possível ver que a vítima ainda dirigiu o carro por alguns metros, até que bate contra o portão de uma casa vizinha. Ainda em choque a vizinhança estava na casa de Ana Paula ontem em apoio à família. Para a dona de casa Camila Nolandi, de 57 anos, a pessoa que atirou não matou apenas a comerciante, “mas a família toda”. “Ana Paula era uma pessoa incrível, nunca tivemos nenhuma queixa dela. Ela era extremamente dedicada aos pais já idosos e cuidava deles com muita responsabilidade. O pai dela tinha tido dois derrames pouco tempo antes do crime e ainda nem sabe o que aconteceu, pois está sem condições de saúde. Ninguém veio perguntar se a família precisa de alguma coisa. Cadê os 'Direitos Humanos' que se preocupa tanto com o preso, mas abandona a família da vítima?” Indignada, ela pede justiça. “Ela sempre dizia que se um dia fosse assaltada, entregaria tudo pois não era ligada a coisas materiais. Conversamos sobre isso porque muitos carros são roubados aqui na rua. Imagino que ela tenha se assustado ao ver que eram três assaltantes. Não foi uma fatalidade, foi um crime e queremos punição, queremos justiça.” Outro vizinho, que estava brincando com a filha no quintal, reclamou da falta de segurança. “Estamos vivendo uma insegurança enorme. Foi um crime brutal. Esperamos que realmente a delegacia que esteja apurando o caso encontre os culpados. Um crime chocante como esse nunca tinha acontecido aqui no bairro”, disse Thiago Canhameiro, de 37 anos. Nas redes sociais, o gerente de contas deixou clara a sua indignação. A aposentada que mora na casa da frente está cansada dos frequentes roubos que pretende deixar a cidade. “Em 2012 no dia do meu casamento roubaram nosso um carro de um convidado na porta de casa. Era um sábado na hora do almoço. Estou mudando para outra cidade porque está muito complicado morar ali. É um bairro muito bom só que está esquecido pela cidade. Falta policiamento. Estamos reféns dentro de casa. Estamos muito traumatizados e esse crime marcou as nossas vidas, ainda dói”, disse Rita Santos, de 58 anos. “Meu irmão já foi assaltado com um revólver apontado para a cabeça. Está muito perigoso. Não dá mais. Tenho medo de sair de casa”, falou. O crime está sendo investigado pelo 4º Distrito Policial, no Taquaral. Apesar dos bandidos não terem roubado nada da vítima, a polícia trata o caso como latrocínio.