Morre aluno intoxicado em academia de Campinas

O consultor Samuel Rodrigues Squarisi, de 38 anos, morreu no começo da noite desta sexta-feira (30), no Hospital de Clínicas da Unicamp. Ele é uma das vítimas da academia HydroCenter, intoxicadas com cloro na quinta-feira (29). Outras duas seguem internadas em estado grave.                        A morte foi confirmada por volta das 18h40. Squarisi estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sedado e respirando por aparelhos. A reação química da mistura de dois produtos químicos causou sérias lesões no pulmão, segundo o hospital que informou também que a outra paciente, uma mulher de 51 anos, está dando alguns sinais de melhora. A situação da outra vítima, de 37 anos, que está internada no Hospital Vera Cruz ainda não foi informada. A Setec (Serviços Técnicos Gerais de Campinas) já levou o corpo ao IML (Instituto Médico Legal), que aguarda a remoção por parte da funerária de Batatais, cidade onde deverá ser enterrado. A autarquia não informou quando deve acontecer o velório e o enterro. O estabelecimento não tinha licença de funcionamento da Vigilância Sanitária, segundo a Visa (Vigilância em Saúde) da Secretaria de Saúde de Campinas. Segundo a Prefeitura Municipal, não existe autorização para reabertura da piscina até que um próximo laudo seja feito. Em nota, a academia lamentou o ocorrido e informou que está prestando toda ajuda necessária para as famílias. "É com profundo pesar e intenso sofrimento que anunciamos o falecimento do aluno Samuel Rodrigues Squarizi. A academia, seus familiares, professores, demais familiares e parceiros expressam sincera solidariedade á família e seus amigos neste momento de tanta dor", diz o documento. Entenda o caso: O local onde ocorreu a contaminação foi a academia Hydro Center, na Rua Carolina Florence. Havia nove pessoas - contando professores e alunos das aulas de natação e hidroginástica - no momento em que um funcionário iniciou um tratamento de rotina da água da piscina. No entanto, segundo a sócia-proprietária da academia, Juliana Belletti, houve uma reação química inesperada que encheu o galpão da piscina de gás. Não havia crianças no momento, embora a academia possua aulas infantis. De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), a intoxicação aconteceu em razão da mistura de duas substâncias que, juntas, provocam uma liberação de gás cloro, altamente lesivo às vias aéreas e ao pulmão. A mistura sequer havia sido jogada na água, mas o simples contato entre os dois compostos químicos, que começaram a borbulhar, foi o suficiente para a produção de um gás extremamente tóxico para os pulmões. Imediatamente, o profissional que fazia o serviço de limpeza gritou para que todos deixassem o local. As outras seis pessoas que não foram hospitalizadas passam bem, e estão recebendo orientações por telefone, de acordo com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Unicamp. A recomendação era de que elas procurassem auxílio médico, já que os efeitos de uma eventual intoxicação poderiam aparecer em até 48 horas. Uma equipe da Vigilância Sanitária acompanha o caso e esteve no estabelecimento na sexta-feira. Por medida de precaução, a piscina foi interditada. Segundo o órgão, a academia não possui licença de funcionamento da Vigilância Sanitária e, por isso, foi aplicado um auto de infração. O Devisa acompanha o caso até que seja concluído, assim como a evolução dos pacientes. A academia foi fechada temporariamente para análises. Um comunicado impresso colocado na entrada do local dá conta de que "houve um pequeno incidente na área da piscina". Duas empresas - SSOMA Ambiental e Quimi Quali Laboratório - foram contratadas para avaliar se houve contaminação do ar ou da água do espaço.